quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Teoria Literária/Teoria da Literatura 2014.2

UESB
LICENCIATURA EM LETRAS
TEORIA LITERÁRIA 2014.2
PROF. CAMILLO CAVALCANTI

O Curso foi comunicado na sexta-feira, e está no aguardo das manifestações dos inscritos. Principalmente o curso de Estruturalismo (Extensão 20h) está aberto a todos os interessados da turma de Literatura Portuguesa e demais origens, sobretudo Lit. Bras. e Teo. Lit. SIP 2014.2.

Quanto a esta disciplina, inicia-se o processo de aprendizagem pela Estilística. Já começando a leitura da apostila O Formalismo em Teoria Literária, estudar os textos citados e procurar outras contribuições da estilística literária em Michael Riffaterre (estilística estrutural, mesmo em semiótica da poesia) e Northrop Fry (Anatomia da crítica) na anglofonia; e Roland Barthes (Semiologia) e Greimas (Semiótica) na francofonia ou neolatinidade. Também vale a pena conferir os artigos de Carlos Bousoño e Erik Enkvist na Teoria da Literatura em suas fontes, org. Luiz Costa Lima. Fora do eixo Estados Unidos, Canadá, Inglaterra, Espanha e Alemanha, a estilística de Enkvist - que, pela Escandinávia (Noruega), começa em 1951 e atinge 1964 - se destaca desde a apostila, pois há todo um esquema sintético ou resumo esquemático dos valores semânticos (características) que as definições de estilo atribuem ao trabalho e ao método da Estilística.

É preciso também ler esse texto completo, no livro Linguagem e Estilo (John Spencer e Erik Enkvist), da Editora Cultrix (1970). Favor escrever comentário com suas palavras para descrever a matéria da apostila, pulando já a retórica. Ler os autores que estão na apostila: Vítor Manuel de Aguiar e Silva, Leo Spitzer, Dámaso Alonso e Carlos Buosoño. Sobre a estilística, favor consultar da crítica estilística à estilometria literária, de minha autoria na Revista Matraga 32 - Estudos Linguísticos. Também o artigo que está na pasta 20 da XEROX do bloco acadêmico, artigo sobre a estilística de Othon Moacyr Garcia (André Conforte). Ou imprimir da internet os dois, talvez por último sobre Leo Spitzer mais velho, em 1948: "conteúdo x metagramática" in Teoria da Literatura em suas fontes Costa Lima (org.). Me parece disponível no google livros.

Lembro os textos pedidos para consulta, e quero também relatório a respeito, sob forma de trabalho digitado, postados como comentário ao link, com o dizer "2014.2"

Querendo se aprofundar, pode ser feito o Curso de Extensão Estruturalismo (20h), incluindo a atividade sobre a aula de Paul Fry, Universidade Open Yale (Se interessar postar como comentário um trabalho digitado naqueles moldes estabelecidos, para cada demanda - New Criticism, Paul Fry, ou Semiótica Poética, Greimas, ou Análise estrutural da narrativa, Roland Barthes - perfazendo dois artigos de 12 páginas para adquirir certificado de extensão e horas de atividade complementar.

NESTE LINK A REFERÊNCIA PARA POSTAR TRABALHO SOBRE PAUL FRY E NEW CRITICISM (NÃO ESQUEÇA "2014.2", Identifique-se assinando sua autoria/nome)

NESTE LINK A REFERÊNCIA PARA POSTAR TRABALHO SOBRE ESTRUTURALISMO (NÃO ESQUEÇA "2014.2", Identifique-se assinando sua autoria/nome)

ATIVIDADES
1 - Postar fichamento do(s) texto(s) lido(s), pelo menos.
2 - Ler o material para responder através de comentário, já trabalho digitado, impresso, entregue ao Departamento com 12 folhas, times new roman 12, espaço linha-e-meia, envolvendo uma ou mais correntes de teoria literária. Ler XEROX Influências inglesas e Análise do Poema, por I.A. Richards, do New Criticism. Não esqueça de postar o documento como comentário, em forma de artigo.

Também conferir o diálogo assim aberto com uma aluna em Teoria Literária SIP, Regime Especial 2013, neste link de curso orientado pelo blog, especificamente a postagem.

DIA 22/12/2014: REPROGRAMAÇÃO DA DISCIPLINA
Dada a urgência de fechamento da disciplina, nova oportunidade está sendo oferecida aos alunos formandos.
Para adequar o conteúdo ao prazo já extemporâneo da disciplina, torna-se necessário adequar as atividades ao curto período que resta. Nesse sentido, três tópicos passam a compor o conteúdo programático. Após o aprendizado de cada tópico, três trabalhos servirão para avaliação:

*Atividade 1: Na apostila O Formalismo em Teoria Literária (disponível como dito na Livraria da UESB), ler os capítulos referentes à Estilística e ao Formalismo Russo.
Trabalho 1: Redigir texto a respeito das duas correntes estudadas (prazo: 05/01/2015). Novo Prazo: 09/01/2015

*Atividade 2: Realizar o Curso de Extensão (20h) New Criticism, com postagens assíduas que demonstrem a leitura de textos complementares, seja na internet, seja no papel.
Trabalho 2: Redigir texto a respeito do assunto (prazo: 15/01/2015).

*Atividade 3: Realizar o Curso de Extensão (20h) Estruturalismo, com postagens assíduas que demonstrem a leitura de textos complementares, seja na internet, seja no papel.
Trabalho 3: Redigir texto a respeito do assunto (prazo 25/01/2015).

Obs.:  Normas para os três trabalhos: papel A4, fonte Times New Roman 12, linha e meia, margens 2cm (postar como comentário e, se não couber, divida em mais de um comentário, sempre identificando o nome do autor/aluno).

Havendo dúvidas, deverão ser postadas neste post do blog para uma resposta explicativa do professor o mais breve possível.

03/01/2015 - Nota de esclarecimento: cada trabalho deve conter de 10 a 12 pág.

32 comentários:

  1. O curso será oferecido na modalidade SIP. Recapitulando a metodologia pedagógica:
    1 - Adquirir a apostila O Formalismo em Teoria Literária, na livraria UESB.
    2 - Ler os capítulos Estilística, Formalismo Russo e New Criticism
    3 - Procurar na Biblioteca outros estilicistas como Michael Riffaterre e Roland Barthes
    4 - Ler os artigos de Carlos Bousono e Erik Enkvist no livro Teoria da Literatura em suas fontes (na biblioteca ou googlebooks).
    5 - Ler na revista Matraga 32 os artigos sobre Spitzer, Othon Moacyr Garcia disponível na internet
    6 - As atividades sobre Paul Fry (new criticismo) devem ser postadas conforme o link, especificando 2014.2
    7 - As atividades sobre o Estruturalismo devem ser postadas conforme o link, especificando 2014.2
    Todos os textos entregues serão avaliados para as notas das 3 unidades.

    Se ainda houver dúvida poste um comentário.

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    1. Continuo aguardando dúvidas ou comentários a respeito de cada tarefa. Estarei disponível para incentivar e orientar os estudos e o aprendizado, além dos encontros previstos.

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  2. Continuo esperando o texto resenha sobre a leitura dos 3 caps. da apostila: estilística, formalismo russo, new criticismo. Também o relatório como comentário sobre a aventura de seu aprendizado (informe por exemplo qual texto adicional leu e ou está lendo).

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Ok. professor. Já estou em posse da apostila sugerida e providenciarei da seguimento às atividades. Atenciosamente, Lorena Pereira.

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  5. Atenção: transpondo a resposta à dúvida das alunas, cada trabalho deverá conter entre 10 e 12 pág.
    NOVO PRAZO DO TRABALHO 1: 09/01 SEXTA

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  6. A estilística é uma disciplina que surgiu na Europa, associa-se, em certa medida, com a Poética; definida pelo Houaiss como “parte dos estudos literários que se propõe a investigar os processos que dizem respeito às normas verificatórias dos textos, os componentes teóricos de que se revestem bem como os compêndios de poéticas, que desde Aristóteles ate os dias de hoje, abordam o assunto”. A estilística teve nomes importantes durante todo seu período, os quais contribuíram de formas diferentes para o desenvolvimento da mesma, são eles: Charles Bally; Jules Marouzeau; Karl Vossler; Pierre Guiraud; Erich Auerbach; Michael Riffaterre; Cavalcanti Proença; Leo Spitzer; Dámaso Alonso; Carlos Bousoño. Entre outros, restrinjo-me a citar, apenas, aqueles que darei conta de comentar, ainda que brevemente, suas contribuições.
    Estilística é uma forma especial de estudo das obras literárias, a qual relaciona-se com a linguística, de forma que desponta como uma espécie de “prolongamento” da mesma. No centro dela está o significado e o significante, criados e defendidos por Saussure, contudo a diferença reside no fato de que nessa disciplina o significante possui múltiplos significantes, bem como o significado possui múltiplos significados. Ela estuda “os factos de expressão da linguagem organizada sob o ponto de vista do seu conteúdo afectivo, i. e., a expressão dos factos da sensibilidade através da linguagem e a acção dos fatos de linguagem sobre a sensibilidade” (SILVA 1973 apud CAVALCANTI 2012, p. 17). Seus pioneiros foram Charles Bally e Karl Vossler. Bally tratou da linguagem como exteriorização da parte intelectual do ser humano, como expressão de afetividade; ele não se atinha á história das línguas, nem ao estudo da expressão individual isoladamente. Bally faz na estilística a exclusão da linguagem literária, entretanto alguns linguistas como Jules Marouzeau não concordavam com essa exclusão.
    Quanto á Vossler ateve-se a relação entre individuo e expressão; por meio de sua linguística fundou-se a estilística literária; adepto do preceito de Croce, o qual vislumbrava a linguagem como espiritual e criadora; Croce por sua vez aprofundou as ideias de Vico. Para Croce a langue de Saussure, (a qual é principio de classificação, algo adquirido pela faculdade da linguagem, também é convencional e deveria subordinar-se ao instinto natural, em vez de adiar-se a ele), não existe de acordo com ele o que existe são livres criações do espírito. Assim, Vossler faz a definição do objeto de estudo da Estilística ou Critica Estética o qual é a linguagem como criação teorética individual e artística. É interessante perceber que segundo esse estudioso, com base nos preceitos de Croce, todo individuo faz criações linguísticas, as quais possuem valor artístico. Das palavras de Vossler podemos depreender a noção de que “a linguagem é energia, atividade espiritual e criadora, intuição e expressão do espírito, e não ergon, um conjunto de materiais” (SILVA 1973 apud CAVALCANTI 2012, p.18).
    Texto de Jamille Pereira Novaes

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  7. Ainda que precursores, vislumbramos Charles Bally e Karl Vossler em polos distintos, pois eles divergem no que refere acidente semântico, já que Bally atribuía a responsabilidade do acidente semântico aos recursos linguísticos, enquanto Vossler afirmava que a subjetividade do falante era o gerador do dos recursos, vale ressaltar que esse debate em nada resultou, visto que, de modo geral, a estilística tentou demonstrar as variações de sentido causadas pela subjetividade do falante.
    Com base na divergência entre os precursores da estilística, Leo Spitzer realiza seus estudos fazendo a associação entre linguística e história, o que vem a gerar os estilos de época. Spitzer tem em seu estudo raízes na psicologia, já que ele lidava com a relação entre a sensibilidade/alma e a expressão da mesma em palavras. Se faz imprescindível salientar aqui que o estudo do mesmo sofreu influência de Freud, o que contata-se por intermédio da percepção do estudo feito por Spitzer acerca de Gargantua, no qual ele associava os neologismos presentes na obra como a psique do autor. Assim ele busca a sensibilidade autoral refletida nas obras, contudo não se deve achar que para Spitzer interessava a biografia, ao contrário, a ele interessava a produção e não a história de vida de quem a produziu. Leo Spitzer, em seu livro Linguistics and Literary History, narra um pouco de sua história de vida quanto aos seus estudos após a faculdade, é interessante perceber que o foco inicial dele não era a literatura, mas sim a linguística, após ele percorrer seu caminho pela mesma é que ele adentra no estudo acerca da história da literatura. Também é interessante percebe que durante sua trajetória de estudos algumas questões foram por ele levantadas, as quais derivam da maneira a qual foi ensinado, entre suas indagações percebemos certa preocupação com a forma como os casos no latim ocorriam e como eles foram reduzidos de seis para apenas um. De acordo com Leo Spitzer, a associação feita entre literatura e linguística, justifica-se com base no seguinte fragmento extraído de sua obra “já que o melhor documento do espírito da nação é sua literatura e está é senão sua língua como escrita por falantes distintos” (SPITZER, 1967 apud CAVALCANTI, 2012, p. 21) essa afirmação desponta como uma espécie de justificativa para sua transposição da linguística à literatura, transposição essa que não ocorre totalmente, visto que, como dito anteriormente, a estilística se vale da linguística para tratar de seu objeto de estudo.
    Contudo, não se pode reduzir a língua de uma nação à língua literária, portanto, Spitzer parte para a definição individualizada de estilo. Em uma passagem ele relata seu hábito de fazer marcação de algumas expressões recorrentes nos textos que lia a partir disso ele passou a tentar demarcar os traços de estilo de um autor por meio dessas expressões. Para Spitzer a utilização dessas expressões por parte do autor não seria casual, mas sim teria relação com seu psicológico, por ele denominada de “motivação pseudo-objetiva”.
    Com pensamento semelhante ao de Bally encontramos Marouzeau, o qual, também, defendia que a estilística deveria preocupar-se essencialmente com a língua e não com a fala. Para ele as monografias de processos deveriam ganhar espaço, visto que por meio delas poderia ser estudados elementos do estilo, como ritmo, harmonia, mímesis, entre outros. Erich Auerbach é outra grande contribuição para a estilística, por intermédio de sua obra Mimesis, traçou a relação entre obra literária e real histórico e real específico, bem como a vinculação entre ideologia e produção literária.
    Texto de Jamille Pereira Novaes

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  8. Ainda que precursores, vislumbramos Charles Bally e Karl Vossler em polos distintos, pois eles divergem no que refere acidente semântico, já que Bally atribuía a responsabilidade do acidente semântico aos recursos linguísticos, enquanto Vossler afirmava que a subjetividade do falante era o gerador do dos recursos, vale ressaltar que esse debate em nada resultou, visto que, de modo geral, a estilística tentou demonstrar as variações de sentido causadas pela subjetividade do falante.
    Com base na divergência entre os precursores da estilística, Leo Spitzer realiza seus estudos fazendo a associação entre linguística e história, o que vem a gerar os estilos de época. Spitzer tem em seu estudo raízes na psicologia, já que ele lidava com a relação entre a sensibilidade/alma e a expressão da mesma em palavras. Se faz imprescindível salientar aqui que o estudo do mesmo sofreu influência de Freud, o que contata-se por intermédio da percepção do estudo feito por Spitzer acerca de Gargantua, no qual ele associava os neologismos presentes na obra como a psique do autor. Assim ele busca a sensibilidade autoral refletida nas obras, contudo não se deve achar que para Spitzer interessava a biografia, ao contrário, a ele interessava a produção e não a história de vida de quem a produziu. Leo Spitzer, em seu livro Linguistics and Literary History, narra um pouco de sua história de vida quanto aos seus estudos após a faculdade, é interessante perceber que o foco inicial dele não era a literatura, mas sim a linguística, após ele percorrer seu caminho pela mesma é que ele adentra no estudo acerca da história da literatura. Também é interessante percebe que durante sua trajetória de estudos algumas questões foram por ele levantadas, as quais derivam da maneira a qual foi ensinado, entre suas indagações percebemos certa preocupação com a forma como os casos no latim ocorriam e como eles foram reduzidos de seis para apenas um. De acordo com Leo Spitzer, a associação feita entre literatura e linguística, justifica-se com base no seguinte fragmento extraído de sua obra “já que o melhor documento do espírito da nação é sua literatura e está é senão sua língua como escrita por falantes distintos” (SPITZER, 1967 apud CAVALCANTI, 2012, p. 21) essa afirmação desponta como uma espécie de justificativa para sua transposição da linguística à literatura, transposição essa que não ocorre totalmente, visto que, como dito anteriormente, a estilística se vale da linguística para tratar de seu objeto de estudo.
    Contudo, não se pode reduzir a língua de uma nação à língua literária, portanto, Spitzer parte para a definição individualizada de estilo. Em uma passagem ele relata seu hábito de fazer marcação de algumas expressões recorrentes nos textos que lia a partir disso ele passou a tentar demarcar os traços de estilo de um autor por meio dessas expressões. Para Spitzer a utilização dessas expressões por parte do autor não seria casual, mas sim teria relação com seu psicológico, por ele denominada de “motivação pseudo-objetiva”.
    Com pensamento semelhante ao de Bally encontramos Marouzeau, o qual, também, defendia que a estilística deveria preocupar-se essencialmente com a língua e não com a fala. Para ele as monografias de processos deveriam ganhar espaço, visto que por meio delas poderia ser estudados elementos do estilo, como ritmo, harmonia, mímesis, entre outros. Erich Auerbach é outra grande contribuição para a estilística, por intermédio de sua obra Mimesis, traçou a relação entre obra literária e real histórico e real específico, bem como a vinculação entre ideologia e produção literária.
    Texto de Jamille Pereira Novaes

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  9. específico, bem como a vinculação entre ideologia e produção literária.
    A divergência supracitada faz com que a estilística tome rumos diferentes, assim temos uma estilística que se preocupa com o estudo da língua e da linguística, a qual vigora em países como os Estados Unidos e é proveniente dos estudos de Karl Vossler, em contrapartida encontramos outra que atenta ao estudo do texto literário e que vigora entre os povos latinos, a qual é decorrente dos estudos de Charles Bally.
    Texto de Jamille Pereira Novaes

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    1. Oi Jamille, aqui você se perdeu na encruzilhada: embora Karl Vossler seja do mundo anglo-saxão, sua estilística vingou entre os latinos (como Espanha, Portugal, Brasil), enquanto Bally, embora latino, foi referência principalmente nos Estados Unidos e Inglaterra.

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  10. A estilística não foi uma disciplina que ficou restrita apenas a um povo ou nação, como já ficou claro. Ela alcançou diversos lugares, assim no Brasil, teve inicio em 1970. Ainda que tenha figurado como híbrida entre o estruturalismo e a hermenêutica houve alguns expoentes, entre eles o mais importante é Cavalcanti Proença, poderia citar também Othon Moacyr Garcia, Eduardo Portella, Oswaldino Marques. Na Argentina figura Raul Castagino. Quanto à Espanha temos dois estudiosos como os principais, são eles: Dámaso Alonso e Carlos Bousoño. Alonso baseou seus estudos na dicotomia significado e significante, para ele essa dicotomia vai além de Saussure, pois, divergindo de Saussure, ao significante, este não transmite conceitos na verdade transmite “delicados complexos funcionais” e é formado por significantes parciais; quanto ao significado, ele é uma “carga complexa” dentro do qual encontra-se significados parciais. No que se refere a Carlos Bousoño seu estudo é acerca da poesia como realização, para tanto Bousoño investiga os significados dos procedimentos constitutivos da poesia; uma afirmação dele que muito chamou minha atenção foi a seguinte: “a poesia não comunica o que se sente, mas a contemplação do que se sente” (BOUSOÑO, 1970 apud CAVALCANTI, 2012, p. 24), por meio dessa afirmação podemos perceber que, na visão de Bousoño e de muitos outros estudiosos, a poesia desponta como uma espécie de meio de vista de sentimentos, contudo não devemos pensar que ela os transmite, pois se assim fosse o leitor teria as mesmas sensações que estão contidas na obra. Carlos Bousoño demonstra a separação que há entre a vida e poema, assim ele nos afirma que elas andam de forma paralela e que concatenam em forma de mímesis, portanto quando deparamo-nos com poemas em que são afirmamos que o narrador ou personagem de uma obra é próprio autor, na verdade estamos aceitando que nela na verdade há um personagem que existe no mundo humano imaginário.
    Outro nome importante foi Pierre Guiraud, por meio do qual já podemos sentir a Estilística Geral, que viria posteriormente. Ele trabalhou com a relação entre linguagem e pensamento, também com a composição do discurso. Guiraud apresenta uma noção que me parece importantíssima, a noção de que a composição de discurso aciona três noções, que vem a ser: gênero, estilo e figura. Assim a falamos que a cada gênero corresponde um modo de expressão distinto; estilo é a linguagem; e as figuras são ornamentos do discurso. Outras duas afirmações relevantes de Guiraud foram a de que a Retórica estuda o estilo e que a estilística é uma Retórica moderna, cabe, portanto, a definição do que vem a ser Retórica, a qual de acordo com o Houaiss é “arte da eloquência, a arte do bem argumentar; a arte da palavra; conjunto de regras que constitui a arte do bem dizer, a arte da eloquência; oratória.
    Texto de Jamille Pereira Novaes

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  11. Podemos também falar na estilística escandinava, a qual faz a definição de estilo, cabe citar que para Eikhenbaum o estilo está associado a melodia, por três formas, são elas: por intermédio do escritor, do texto e do leitor; por meio da especificidade e da substância e por ultimo por meio da cientificidade e da pertinência. A última referência que ser tem da estilística é data da década de 70 e constitui-se na obra de Michael Riffaterre.
    Por fim, cabe-nos salientar que a definição do estilo apresentadas pela estilística escandinava é variável, se pensarmos nos elementos envolvidos no estilo, teremos oescritor quanto ao estilo é o principio da composição, o texto onde teremos a investigação das características textuais e o leitor onde teremos as impressões do leitor. Por outro lado se nos referimos a cientificidade e a pertinencial podemos encontrar ao menos seis noções distintas, são elas: focalizando os elementos, como: escritor, texto e leitor. Estilo como adição de pensamento ou expressão por meio dessa percepção temos o estilo enquadrado nas Belas Artes, segundo Paul Goodman três podem ser as formas de se falar em sentido, são elas: 1ª poderosa expressão, 2ª escrito não literário e 3ª fraca poesia. Podemos também encontrar a definição de estilo que vem a ser o estilo como escolha, as quais são três: gramatical, a gramática obriga-nos a realizar uma escolha entre um ou outro elemento ao qual será atribuído uma predicação; não estilística, é o tipo de escolha em que a realidade do que se pretende afirmar é que faz a escolha gramatical; e estilística esta é um tipo de escolha que é individual, uma vez que depende do estilo de cada pessoa. Estilo também pode ser entendido como característica individual, assim deparamo-nos com duas dificuldades, as quais são encontrar estilos que parecem individuais, mas são na verdade estilos grupais, quanto a outra dificuldade ela resulta do fato de que podemos encontrar estilos que não são imitáveis. Como desvio da norma, ou seja, como um afastamento da norma para uma espécie de valorização dos traços estruturais individuais. Como conjunto de características coletivas, estilo vislumbrado dessa maneira refere-se a possibilidade de texto distintos pertencerem ao mesmo estilo. Temos o estilo como entidade linguística mais longa que a sentença. Por fim, retomando uma citação de Spitzer supracitada, “temos que fazer a viagem da linguagem ou estilo para a alma”, estilo, segundo Leo Spitzer, e em certa medida segundo Guiraud, é conjeturado como a linguagem adotada pelo autor de uma obra, escolha essa realizada por intermédio de seu psicológico.
    Texto de Jamille Pereira Novaes

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  12. Quanto ao formalismo, surge na Rússia em decorrência de um contexto complexo e conturbado decorrente da Segunda Guerra Mundial, o qual afetava com bastante intensidade as artes. Traçando um paralelo entre a Estética e o Formalismo, percebemos certa disparidade, uma vez que enquanto o Formalismo preocupava-se com os problemas reais, analisando a obra de arte literária em si; a Estética tentava definir a literatura como arte. Outra oposição se que pode fazer é quanto ao formalismo e o impressionismo, uma vez que enquanto o impressionismo ia além da dicotomia saussureana som/sentido, lidavam a leitura subjetiva e com as impressões de leitura; o formalismo divergia dele nesses quesitos, já que tinha a dicotomia de Saussure como indispensável em seus estudos e conferiram autonomia ao objeto literário.
    O Formalismo Russo, baseando-se em Boris Eikhenbaum, pode-se afirmar que o foco dos formalistas era a literatura enquanto objeto de estudo, os mesmos percebiam o sistema como dinâmico e não imóvel, assim podemos dizer que havia renovação e novidade. Em 1965 um avanço considerável ocorre quando Todorov traduz os textos que os principais textos dos formalistas para o Frances, fazendo com que o formalismo acalcasse o ocidente.
    É interessante perceber a distinção que se deve fazer entre o título das obras dos formalistas e seu conteúdo propriamente, isso porque enquanto o texto de Boris Eikhenbaum é “A teoria do método formal” seu texto não defende nem trata do método dos estudos literário, mas sim, como dito anterior, da literatura como objeto de estudo. No que se refere ao Método Formal, podemos dizer que esse refere-se não a um objeto de estudo, nem mesmo a uma disciplina em si, mas refere-se ao desejo de criação de uma ciência independente, a qual daria atenção aos fatos literários em detrimento dos fatos históricos.
    Para Eikhenbaum um avanço dos formalistas foi considerar a literatura como “série especifica de fatos”. Os formalistas renovam a poesia quando retomam os antigos elementos da retórica e da poética. Cabe dizer que os formalistas defenderam a distinção do objeto literário de forma que o separassem das outras matérias. Assim, o formalismo se distingue da estética, uma vez que esta, conjuntamente com a filosofia, tentava a definição da literatura como arte. Segundo os preceitos formalistas essa atitude da Estética a afastava do seu real objeto de estudo. Portanto, podemos dizer que os formalistas combateram veementemente a invasão de outras disciplinas.
    Texto de Jamille Pereira Novaes

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  13. Outro nome que se faz imprescindível citar é Roman Jakobson, o qual defendeu a literariedade, os elementos que fazem com que uma obra seja obra literária, concordava com Eikhenbaum e demais formalistas no que se refere ao afastamento da literatura das outras disciplinas. Segundo Jakobson estudar a literatura com base em outras ciências, como a sociologia, a trata como mero suporte para o estudo de outros elementos, como sociedade, no que se refere ao exemplo dado, assim a primeira justificativa para a não utilização de outras ciências para o estudo literário refere-se ao fato da redução do valor da literatura para um suporte aos estudos ditos maiores; outra justificativa encontra-se no fato de que os formalistas combatiam veemente a utilização de elementos exteriores ao texto para realização de estudos literários. Vale salientar que os formalistas combateram a aproximação de seu campo de estudo com demais campos, exceto um, que é a Linguística, isso porque ela era a única que já se valia do estudo verbal propriamente.
    Também tratando da literariedade encontramos Chklovski, o qual afirma que a mesma acontece quando as pessoas utilizam uma palavra em sentido distinto do seu comumente usual, chamado de construção transracional, já que as palavras adquirirem um sentido figurado. Também ele trata do som e da articulação, o mesmo foi estudado pelo espanhol Dámaso Alonso.
    Há que se falar também de Jacobinski que distinguiu língua poética e cotidiana, entendendo por língua cotidiana aquela que não tem valor estético que serve meramente para possibilitar a comunicação, em contrapartida na língua poética há oscilação de valores e ultrapassa a função comunicativa.
    Texto de Jamille Pereira Novaes

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  14. Uma das criticas dos formalistas se referia aos estudos de Potebnia, o qual era respeitado durante o período impressionista, no que se refere à poesia, pois ele afirmava que a mesma é “pensamento por imagem” e que poderia tornar-se em aliteração ou onomatopeia. Os formalistas buscaram desfazer esse conceito demonstrando que os sons dos versos e as imagem não estão ligados. Quanto a aliteração, para Brik ela é em certa medida livre de conteúdo. Ainda tratando de Potebnia, os formalistas com base em seus estudos buscaram a diferenciação entre poesia e prosa.
    O interesse dos formalistas não era meramente estudar a métrica dos versos, mas a eles interessava o estudo do ritmo, no qual eles integravam a métrica, o ritmo agora, possuindo uma elevada importância, é associado à frase; enquanto a métrica torna-se poética mínima. Outra diferenciação importante foi feita por Jakobson, o qual distinguiu emoção e poesia. Com Brik adquirimos a noção de que as figuras rítmicas e sintáticas são importantes no discurso. Cabe lembrar Tynianov, que distinguiu forma e material.
    O interessante no formalismo é perceber a disparidade de ideias e ao mesmo tempo a complementação de ideias que nele existe. A esse respeito Eikhenbaum afirma que “Realmente, não falamos, nem discutimos sobre nenhuma metodologia. Falamos e podemos falar unicamente de alguns princípios teóricos que nos foram sugeridos pelo estudo de uma matéria concreta e de suas particularidades especificas, e não por este ou aquele sistema complexo, metodológico ou estético”.
    Para finalizar minhas palavras apresento uma citação de outro formalista, Boris Eikhenbaum, o qual afirma acerca do que vem a ser o formalismo russo, assim ele afirma que é “o desejo de criar uma ciência literária autônoma a partir das qualidades intrínsecas do material literário”. (Eikhenbaum, 1976)
    Texto de Jamille Pereira Novaes

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    1. Gostei das duas abordagens (Estilística e Formalismo). Precisa apenas revisar o texto, pois há inconsistências sintáticas.

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  15. UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA - UESB
    Departamento de Estudos Linguísticos e Literários – DELL
    Docente: Prof. Dr. Camillo Cavalcanti
    Discente: Lorena Pereira Silva
    Disciplina: Teoria da Literatura e Ciências Humanas II (SIP)

    Resenha crítica
    (Capítulos 2 e 3 – O formalismo em Teoria Literária)

    Em O formalismo em Teoria Literária (2012), no capítulo 2 intitulado “Lição de Estilística”, Cavalcanti traça uma jornada analítica em torno da origem do estudo científico dos processos de estilo e/ou do método de análise e crítica literária ou artística que de detém no estilo que, usualmente, chamamos de Estilística. Para tanto, o autor lança mão de uma análise assinada por Aguiar e Silva (1973) que recupera nomes de pesquisadores que, ao longo do tempo, contribuíram significadamente para a melhor compreensão dessa ‘ciência’, a saber: do linguista franco-suíço, Charles Bally; do filologista francês, Jules Marouzeau; do linguista e estudioso alemão, Karl Vossler; do historiador, escritor, filósofo e político italiano, Benedetto Croce; e, em especial, do romancista e crítico literário austro-húngaro, Leo Spitzer e do poeta, filólogo e crítico literário espanhol, Dámaso Alonso.
    Para HOUAISS (versão eletrônica), a Estilística nada mais é que
    o ramo da linguística que estuda a língua na sua função expressiva, analisando o uso dos processos fônicos, sintáticos e de criação de significados que individualizam estilos.
    A intenção primeira da Estilística é a de compreender a efetividade consolidada no discurso. Mas, os pioneiros nessa pesquisa, deram-se conta de que havia o acidente semântico. E, apontaram para as variações de compreensão regadas a partir da subjetividade falante.

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  16. Bally e Vossler embora encabeçassem as primeiras pesquisas no vasto campo da Estilística, assumiram, em determinado tempo, posicionamentos paradoxalmente opostos. Isso fica claro nas palavras de (CAVALCANTI, 2012, p. 19):
    Bally acreditava que os recursos linguísticos eram os responsáveis pelo acidente semântico, simplesmente acionado pelo falante de acordo com suas necessidades. Já Vossler pensava o contrário: a subjetividade falante regeria os recursos.
    Dado o ponta pé inicial, a Estilística passa a ser estudada e assume novos pontos de vista em outros países europeus como na Espanha – tendo como representantes Dámaso e Amado Alonso bem como Carlos Bousoño cuja principal ideia era a de que o significante possui diversos “significantes parciais” e o significado, diversos “significados parciais”; na Alemanha, com Erich Auerbach e obra literária pensada num real específico e suas relações com o real histórico; e, no Brasil, os principais nomes são: M. Cavalcanti Proença, Othon Moacyr Garcia e Oswaldino Marques.
    A Estilística tomou dois rumos distintos no mundo saxão, a saber: i) em países como Escandinávia, EUA e Inglaterra ela se configurou como estudo de língua e de linguística; ii) entre os povos latinos, ela se concentrou no texto literário. Em outras palavras, os latinos seguiram a vertente do alemão Karl Vossler, ao passo que os anglo-saxões consolidaram-na nas bases do franco-suíço Charles Bally.
    A literatura é considerada como objeto científico por possuir variadas formas, por ser constituída pela linguagem e esta possui uma configuração variável. Sendo assim, pode-se compreender que o discurso literário se constitui por meio de um discurso que lhe dá respaldo. Com isso, analisar uma obra, observar suas possibilidades de leitura, explicação sobre o seu funcionamento, sentido científico da obra, são práticas da Teoria Literária, pois esta estuda a obra como objeto de pesquisa e para tanto procura metodologias para estudá-las.
    Dessa maneira, teorizar sobre o que venha ser literatura, pode-se descobrir que a literatura é um problema aberto que possui vários questionamentos, assim sendo, ela se encontra aberta para várias metodologias. Por conta disso, a literatura pode ser interpretada como uma pergunta ao mundo sem uma resposta exata.

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    1. cuja principal ideia era a de que o significante possui diversos “significantes parciais” - Carlos Bousoño, não; DÁMASO ALONSO

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  17. No que se refere ao normativismo versus descritivismo podemos diferenciá-los da seguinte forma: o normativismo significa impor regras na construção da escrita poética. Já o descritivismo significa reconstruir e explicar os processos que foram utilizados na criação poética.
    Além disso, o estudo sobre o objeto literário pode ser entendido como uma explicação científica e metodológica, pois a todo tempo faz-se análise, comparação e explicação sistematicamente do objeto artístico verbal. Por outro lado, a fruição que é uma leitura desinteressada do cunho científico por visualizar esse tipo de leitura como um prazer individual.
    Evidente nas palavras de (SPITZER, 1967 apud CAVALCANTI, 2012, p. 22)
    O linguista tão bem quanto seu colega literário devem sempre ascender ao étimo que está atrás de todos aqueles componentes particulares chamados literários ou estilísticos que os historiadores literários estão acostumados a listar.
    [...] Quem quer que tenha pensado ou sentido fortemente inovou sua língua; esta criatividade mental imediatamente inscreve a si mesma na língua, onde se torna criatividade linguística; o corriqueiro e petrificado na língua nunca é suficiente para as necessidades de expressão sentidas por uma personalidade forte.
    Dessa forma, as disciplinas que estudam a literatura nasceram por meio de uma história científica em relação ao assunto que, no caso, é a literatura. Devido a isso, é válido citar apenas três disciplinas, a saber: a Poética, que criou os primeiros conceitos para o estudo da literatura; a História da Literatura, que valoriza o saber científico, as eternas lutas entre os poderes, a sociedade, as religiões; e a Crítica Literária, que ao invés de estabelecer a reflexão impõe normas relativas à literatura por meio da descrição dos fatos.
    No decorrer do capítulo 2, o autor se dedica a, cautelosamente, falar-nos sobre nomes como Dámaso Alonso, Carlos Bousoño, Pierre Guiraud e suas contribuições para a Estilística. Mas é ao falar da Estilística Escandinava que o autor traça um belo panorama.

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    1. Lorena, seu juízo a respeito de Poética, História da Literatura e Crítica Literária precisa ser repensado. A Poética, como você disse, criou os primeiros conceitos para o estudo da literatura, mas hoje é inteiramente absorvida pela Crítica Literária. A História da Literatura não valoriza o saber científico, pois enquadra as obras nos respectivos contextos, nem sempre assumindo um compromisso científico para tal vinculação, muito menos analisando as obras com um cabedal de ciência literária. Quando encontramos trechos de algumas Histórias da Literatura abordando a obra literária com instrumental teórico, esses trechos estão alinhados na lógica histórica que perpassa todo o livro (por isso estão em sequência cronológica), mas são trechos de Crítica Literária. A Crítica Literária é, como o nome já diz, a maneira de criticar a obra literária, sendo criticar proveniente do grego kritiké, DISCERNIR, SEPARAR, JULGAR. Como você pensa que a Crítica pode discernir sem estabelecer a reflexão, como pode separar e julgar sem estabelecer a reflexão? Crítica Literária hoje é o termo que reúne toda a prática de análises de texto(s) literário(s), e sua teorética - discussão de princípios, métodos e conceitos - se chama Teoria Literária (ou Teoria da Literatura).

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  18. A definição de estilo da Estilística Escandinava está subordinada: ao foco de atenção nos elementos envolvidos, ou seja, escritor > texto > leitor; à cientificidade e pertinência, ou seja, do objetivamente verificável e do subjetivamente impressionista; e à especificidade e substância, ou seja, o estilo como: adição a um núcleo de pensamento ou expressão; escolha entre expressões alternativas; conjunto de características individuais; desvio da norma; conjunto de características coletivas e relação entre entidades linguísticas mais extensas que a sentença direta e enxuta.

    • Estilo como adição a um núcleo de pensamentos ou expressão
    Tem como ‘adeptos’ nomes como Stendhal, Kenneth Burke, Paul Goodman, De Quincey, Herbert Seidler e Charles Bally, cujo ideal é o de que o estilo é o acréscimo de um conteúdo afetivo à expressão.
    • Estilo como escolha
    Nomes como Cleanth Brooks & Robert Penn Warren, Friecrich Kainz, Jeremy Warburg e Charles Hockett excluem cantadores populares e legitimam a literatura como cânone da norma culta. Predomínio da dicotomia Gramática e Contexto.
    • Estilo como características individuais
    Buffon, Rémy de Gourmont e Pierre Naert são nomes para quem ter estilo é algo inteiramente pessoal.
    • Estilo como desvio da norma
    Erik Wellander, Bernard Block e Charles Osgood explicitam o papel das frequências e das análises estatísticas.
    • Estilo como conjunto de característocas coletivas
    Para Enkvist dois textos que difiram do mesmo modo de uma dada norma podem sempre obedecer a um mesmo estilo.
    • Estilo como entidades linguísticas mais longas que a sentença
    Para Archibald Hill “o estilo de um texto é o conjunto de probabilidades contextuais dos seus itens linguísticos”.

    O formalismo russo possuía como objeto a literatura e como método a forma como se deveria estudar a literatura (análise científica). Em outras palavras, em relação...

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  19. ...com formalismo russo pode-se mencionar a Literariedade como o objeto, pois existe, mesmo nos dias de hoje, muita dificuldade no ato de decifrar o que vem a ser literatura e o que não é. Devido a isso, a Literariedade pode ser compreendida por meio do trabalho da linguagem, o uso da combinação, polissemia, semântica, sintática, sendo assim, todos esses conceitos da Teoria da Literatura. Ainda sobre o método pode-se mencionar que é a maneira que esta obra é estudada, ou seja, a obra pode ser compreendida através do tempo em que ela foi escrita e também pela explicação científica.

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    1. Sua abordagem sobre Formalismo Russo foi insuficiente. Não se preocupe em postar nada a esse respeito, pois o prazo se encerrou definitivamente, após prorrogação. Veja uma maneira de recuperar isso nos próximos dois trabalhos.

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  20. De modo geral, percebi o empenho das alunas em aprender o conteúdo. O diálogo está franco e amistoso. Agora, partiremos para a atividade 2, referente ao New Criticism. Não se esqueçam de "postagens assíduas que demonstrem a leitura de textos complementares", conforme já várias vezes anunciado, no intuito de intensificar o diálogo que começou muito bom através da atividade 1, pois nela eu escrevi a apostila e vocês falaram sobre. Para permitir o melhor diálogo na Atividade 2 - Curso de Extensão 20h New Criticism, o prazo está estendido para dia 20/01.

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  21. ATIVIDADE 2: Realizar o Curso de Extensão (20h) New Criticism, com postagens assíduas que demonstrem a leitura de textos complementares, seja na internet, seja no papel.

    O New Criticismo surge nos Estados unidos recebe uma denominação em 1941, quando John Ransom publica um livro intitulado de New Criticismo, o qual compilava as ideias de estudiosos como T. S. Eliot, William Empson Richards. Anteriormente Ransom havia defendido que a preocupação dos estudos deveria ser mais com a poesia e menos com a erudição histórica. Entendo poesia como “complexo intelectual e emocional”, definida assim por Keith Cohen. No New Criticismo é essencial à poesia o paradoxo, a metáfora e a ironia; a poesia não é encarada pelos novos críticos apenas como instrumento de conteúdos e saberes práticos; eles, também, defenderam o close reading, ou seja, a leitura esmiuçada do poema. Nesse movimento, além dos já citados, destacam-se René Wellek, Allen Tate, Clenth Brooks, Austin Warren, William Wimsatt, Mathew Arnold.
    Para Ivan Teixeira, a maior contribuição do new criticismo refere-se a atribuição da autonomia ao texto literário. Um princípio fundamental do new criticismo é o correlato objetivo, o qual advém dos estudos de Eliot e vem a ser a criação de elementos que cumprem a função de despertar no leitor a emoção que o autor deseja ao produzir sua obra, esses elementos deveriam ser utilizados de forma que acionassem essa emoção. Faz-se necessário apresentar a definição desse correlato, feita por Teixeira, assim temos as seguintes palavras “Entendido como fórmula particular responsável por uma emoção específica, o correlato objetivo pode indicar não apenas um determinado procedimento artístico, mas também o conjunto acabado de uma obra”. (TEIXEIRA, 1998, p.35). É o correlato que cria no leitor a impressão de que ele e o autor compartilham da mesma emoção. Para Keith Cohen a análise, deixando de lado os elementos exteriores à obra, deveria ser límpida e não subjetivada.

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  22. Uma ideia importante apresentada por Teixeira diz respeito à publicação de Understanding poetry (1938), no qual os poemas foram organizados de acordo com pressupostos técnicos ou formais, esse livro ajudou na leitura dos poemas de modo a levar que todos fossem enxergados como pequenos dramas, assim em todo poema há uma ficção, no qual há um falante, uma estória e um leitor em potencial. Outra ideia importante diz respeito a importância destinada ao estudo da metafonia, bem como ao estudo da madrugada, a qual associa-se com o sofrimento dos amantes. A madrugada, presente nos poemas, é uma espécie de correlato objetivo, a qual relaciona-se com o estado do poeta.
    Três são as noções fundamentais do New Criticismo, são elas: falácia intencional, falácia da emoção e heresia da paráfrase. De forma sucinta pode-se afirmar que uma diz respeito ao questionamento acerca da intenção do autor, o outro refere-se ao questionamento sobre as emoções do autor e o ultimo faz referência a tradução dos textos a uma linguagem simples. De acordo com o dicionário Aulete, o termo falácia provém do latim: fallacia e significa raciocínio ou afirmação falsa ou errônea com aparência de verdade; qualidade de falaz, falsidade; raciocínio logicamente plausível, mas enganoso.
    Tratando de cada um desses três elementos especificamente, a luz dos estudos de Teixeira, pode-se afirmar que, quanto a falácia da intenção esta di respeito à noção de que a compreensão do texto é o resultado da descoberta da intenção autoral. Podemos dizer que ao lermos um texto e nos questionarmos sobre a intenção do autor em dizer determinada coisa, estaremos incorrendo na falácia intencional. Para o New Criticismo é um equivoco considerar a intenção do autor diante de sua obra, ao contrário, deve-se considerar apenas o que está realmente contido no poema, entendido pelos novos críticos como um “organismo dinâmico”.

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  23. Quanto à falácia da emoção, está é a noção de que a análise dos poemas e análise das emoções autorais confundem-se, assim a compreensão da emoção gerada pela leitura corresponderia a interpretação. Segundo os novos críticos o grande problema de perceber o poema dessa forma reside no fato de que não se deve confundir a função do poema com o que ele é, bem como, no ramo da literatura, não se deve analisar as emoções, já que essa é função da psicologia.
    Acerca da heresia da paráfrase, antes de mais nada, é necessário a definição do que vem a ser a paráfrase, a qual é a transposição de um texto tido como difícil em um texto com termos mais fáceis. Para o New Criticismo a paráfrase poderia ser admitida como um recurso para iniciar o contato com o texto, não como ultimo acerca da recusa dos novos críticos à paráfrase, “recusam a paráfrase porque consideram que o verdadeiro entendimento de uma imagem não consiste na captação de seu significado lógico, e sim na percepção de sua configuração estética, na fruição de seu valor expressivo” (TEIXEIRA, 1998, p.4). Ou seja, a recusa dos formalistas pela paráfrase justifica-se pelo fato de que na utilização desse recurso o texto poético perde sua estrutura característica, o que é valorizado por eles. Parafrasear um poema faz com que ele deixe de ser essencialmente poema.
    Segundo William Wimsatt, são quatro as falácias, a saber: intencional fallacy refere-se a ilusão do querer dizer, onde o poema seria expressão da psicologia do autor; poetic fallacy diz respeito a falácia da recepção, em que a leitura do poema ativaria a psicologia do leitor; mimetic fallacy é a falácia da mimesis, na qual o poema seria a imitação de um fato; e communicative fallacy a qual é a falácia comunicativa, em que o poema refletiria teorias filosóficas. Ainda tratando de Wimsatt, ele defendia que a poesia seria resultante da junção entre as dimensões concreta e abstrata.

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  24. No que diz respeito a Eliot, ele vislumbrava a poesia como resultante do trabalho do espírito, o qual lida com as experiências da personalidade; para ele a poesia nada tem a ver com a personalidade do autor, mas sim com as apropriações que este faz da tradição literária; ele também defendeu que a poesia organizar-se-ia não pela cronologia. Um de seus ensaios mais famosos foi Hamlet and his problems, no qual ele apresenta a definição do correlato objetivo, supracitado como um dos principais fundamentos do New Criticismo “A única maneira de expressar a emoção em forma de arte é encontrar um "correlato objetivo", em outras palavras, um grupo de objetos, uma situação, uma cadeia de eventos que serão a fórmula dessa emoção particular, de modo que quando os fatos externos, que devem terminar em experiência sensorial, são fornecidos, ele evoca imediatamente a emoção”. Nesse ensaio ele trata do correlato por intermédio do estudo da obra de Shakespeare, essencialmente ele estuda Hamlet. O interessante em Eliot é que ele destina-se ao estudo de uma renomada obra de um renomado autor, contudo seu estudo não é para enaltecer essa obra e sim para afirmar que ela constitui-se em um “insucesso artístico”. Para esse crítico esse insucesso de Shakespeare reside no fato de que esse autor teria falhado quanto ao correlato, já que os elementos por ele utilizados não correspondem ao estado emocional da personagem da obra.
    A respeito de Richards, este defendeu que a intelecção refletia a emoção autoral, quanto à emoção esta seria causada pelas imagens auditivas, seu estudo focava na atuação de uma palavra sobre a outra. Acerca de Mathew Arnold ele trata da língua, a qual, segundo ele, é a forma de transmissão do tema.
    Em livro conjunto intitulado de Teoria da Literatura, Wellek e Warren afirmam que a noção de literatura transcende o texto, a mesma tem como material a linguagem, contudo esse material não apresenta-se apenas à literatura. Eles fazem a distinção entre a linguagem literária e cientifica, assim a literária é conotativa, enquanto a cientifica é denotativa.
    Na linguagem literária há ambiguidade, ela cumpre a função de influenciar o leitor, é altamente expressiva e comunicativa. Traçando um paralelo entre a linguagem literária e a diária constata-se que elas pouco diferem, isso segundo Wellek e Warren. Tratando da supressão do autor em sua obra, esses autores afirmam que o eu lírico não é uma entidade real, mas sim ficcional, assim não se pode afirmar que uma obra representa a voz de seu autor; a obra literária estaria sempre associada ao mundo irreal e ficcional.
    No que se refere ao Brasil, temos Afrânio Coutinho e Péricles Eugênio da Silva Ramos principais expoentes. Vivendo nos Estados Unidos entre 1942 e 1947, Coutinho teve contato com as ideias do New Criticismo, assim ele passa a dedicar-se em trazer a nossas terras essas ideias, as quais estão contidas em seis volumes de A literatura no Brasil. Uma das defesas de Afrânio Coutinho era de que apenas os profissionais correspondentes as letras que deveriam fazer as análises literárias que estarão contidas nos jornais. Assim como os novos críticos estadunidenses, Coutinho defendia que as analises das obras deveriam ser, apenas, dos elementos intrínsecos a ela e não aos elementos a ela exteriores.

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