quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Curso Extensão 20h - Estruturalismo 2014.2

Eis aqui aguardando comentário em formato de um texto de 12 páginas sobre as atividades referentes ao Estruturalismo: Barthes e Greimas, ou Análise estrutural e Semiótica Poética. (Postar como comentário a este post).

ATIVIDADE: Estruturalismo.

Como descrito na apostila O Formalismo em Teoria Literária, Estruturalismo é termo empregado de diversas maneiras, devido à sua abrangência e ao seu pluralismo semântico. Em todo caso, é regra enquadrar os colaboradores das revistas/periódicos Tel Quel e Communications. Dentre eles figuram Roland Barthes, Tzvetan Todorov e Algirdas Julien Greimas.

Para esta atividade, foram escolhidas duas obras fundamentais do Estruturalismo: Análise Estrutural da Narrativa e Ensaios de Semiótica Poética.

Faça a leitura de um capítulo assinalado abaixo e explique o método de trabalho empregado pelo crítico.

Ensaios de Semiótica Poética - disponível em http://pt.scribd.com/doc/125749191/GREIMAS-Algirdas-Julien-Org-Ensaios-de-Semiotica-poetica-Trad-Heloysa-de-Lima-Dantas-Sao-Paulo-Cultrix-1975
1. Divisão Convencional e Signnificação
2. Estruturação e Destruição do Signo em Alguns Textos de Jarry
3. Sistemática das Isotopias

Análise Estrutural da Narrativa - disponível em http://www.ebah.com.br/content/ABAAAgQ8kAB/analise-estrutural-narrativa-roland-barthes
1. Introdução à Análise Estrutural da Narrativa
2. Elementos para uma Teoria da Interpretação da Narrativa Mítica
3. As Categorias da Narrativa Literária

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DIA 26/01 - NOVO PRAZO ESTENDIDO: 13/02.

DIA 13/02 - A PEDIDO DOS ALUNOS: NOVO PRAZO ESTENDIDO: 18/02.

14 comentários:

  1. Lorena, por favor: precisamos abrir o diálogo. Minha função é esclarecer suas dúvidas e observar seus erros e acertos. Você precisa postar seu aprendizado assiduamente. Estou aguardando sua postagem referente ao início da leitura sobre o capítulo que você escolheu na lista acima bem como ao menos uma leitura complementar que você fez essa semana para entender melhor o Estruturalismo. Abraço.

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  2. Outra semana sem interação? Espero que não desista.

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  3. Professor, tenho uma dúvida.
    Não consigo entender muito bem a relação entre o estruturalismo e o formalismo russo, ou não existe relação entre eles?

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  4. A relação vem em forma de herança ou influência. O Formalismo Russo é mais antigo, começou entre as duas primeiras décadas do século XX (1910-1920). Sobretudo dois formalistas russos aparecem como expoentes aproveitados pelo Estruturalismo francês: Roman Jakobson e Vladimir Propp. O primeiro - Jakobson - influenciou mais pelo conceito de literariedade (cf. apostila do curso) e pela linguística focada na literatura, oscilando entre fonética, semântica (primitiva), retórica, numa espécie de estilística atípica, que ele mesmo denominava "Poética". Seu estudo mais famoso é sobre um soneto de Baudelaire (Les Chats), destacando efeitos sonoros e figuras retóricas como simbiose explicativa do que é poesia. Consagrou-se, na verdade, pelo quadro de funções da linguagem, donde se vê sua tendência à linguística para caracterizar o poético e outros tipos de texto, o que foi aperfeiçoado mais tarde pela Linguística Textual, interessada em classificar tipos ou categorias de textos (daí tipologia), que diferiam conforme a apropriação específica da língua, gerando o que ficou conhecido como "gêneros textuais". De modo que sua obra influenciou moderadamente um Roland Barthes, sempre atento à Linguística, porém preferencialmente via Saussure. O segundo expoente - Propp - elaborou uma espécie de matemática ou gramática pronta para oferecer modelos equacionais que esgotariam todas as estruturas literárias, isto é, todas as peças de cada quebra-cabeça (e eram dezenas de quebra-cabeças, com peças específicas), tomando por base a "short estory" fantástica, daí o nome de sua principal obra: Morfologia do Conto Maravilhoso. Encontrou em Claude Bremond um verdadeiro seguidor, pois dedicou vários trabalhos à aplicação do método proppiano nas narrativas francesas. É possível que o caráter classificatório, deveras excessivo, de Vladimir Propp tenha inspirado subterraneamente o melindre metodológico de Greimas, que se especializou em criar conceitos, planos e métodos, sem uma aplicabilidade verificável nem mesmo em sua obra (bem assim o Grupo µ, liderado por Dubois).

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  5. Com o exagero teórico à beira do desastre tecnicista, o Estruturalismo perdeu o rumo: ficou indeciso se as estruturas gerais dariam conta de apresentar todos os quebra-cabeças com todas as respectivas peças ou se as estruturas específicas concerniriam, cada qual, apenas a uma obra literária. Em outras palavras, a literatura teria um sistema com base em superestruturas aglomerantes de obras idênticas a um mesmo modelo ou viveria rebelde a qualquer sistema em meio à diversidade de uma estrutura para cada obra? Por essas e outras razões, o Estruturalismo morreu inacabado, pois ao longo dos anos seus adeptos foram optando pela heresia frente aos postulados originários, isto é, foram gradativamente concluindo que a grande bandeira do Estruturalismo - as superestruturas aglomerantes - não havia de fato, mas cada obra teria a sua estrutura. Então o sistema de literatura, o grande objetivo do Estruturalismo - a substituir a subordinação ou o vínculo à história ou à filosofia (mormente a hermenêutica) - lhes pareceu impossível. Se de fato o sistema literário é impossível é uma questão aberta que sempre devemos refletir.

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  6. Para mim, os estruturalistas apostaram tão profundamente numa tipologia de modelos totalmente alienados da história que não puderam enxergar uma saída do fanatismo, o que seria justamente a endogenia dialogante do Método de Crítica Global. Aliás Roland Barthes já havia pensado tudo isso, mas - parece - abandonou inteiramente a vontade de sistematizar, isto é, de descrever o conjunto de obras que formam a literatura pela vontade obstinada de garimpar o texto. Em outras palavras, o estudo sistêmico foi desertado a favor do estudo atomístico, aquele que não pensa na molécula, nem no organismo, mas tão-somente no átomo (somente uma obra literária). Na verdade todos os estruturalistas, em maior ou menor grau, cumpriram esse destino.

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  7. Então outro ponto de convergência entre estruturalistas franceses e formalistas russos foi a traição a seus princípios originários, diante do fracasso cada vez mais perceptível, pois os formalistas russos também ou insistiram na discussão do método formal sem conclui-lo nem lograr aplicabilidade ou deslocaram o método formal, inicialmente pensado com o fim de sistematizar a literatura - inclusive debatendo a história literária (cf. apostila do curso) - para o estudo de uma obra isolada. Não é por acaso que hoje vivemos, na Crítica e Teoria Literárias, a grandeza da hermenêutica e a precariedade da sistematização.

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  8. Todas essas relações entre formalistas russos e estruturalistas franceses tem implicitamente ou silenciosamente certa politização do trabalho acadêmico-universitário, assim como fizeram com todas as atividades humanas, em meio à polarização da Guerra Fria. O comprometimento a uma ideologia se vê mais claramente na obra de Julia Kristeva, cujo ápice neste terreno é sem dúvidas "A Revolução da Palavra Poética", em que se identifica o direcionamento abertamente marxista, o que se espalhava, muito ou pouco, entre seus pares estruturalistas. De modo que o abandono da sistematização geral para a ênfase no estudo de uma obra isolada se assemelhava muito ao percurso do New Criticism, que nasceu também pensando uma sistematização por interesse escolar e terminou no "close reading". Mas essa aproximação pode ser hoje uma conclusão teórica, porém jamais foi uma realidade vivida entre russos (com os franceses, pelo menos no mundo universitário) e estadunidenses.

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  9. Consegui entender melhor essa relação, a princípio pensei que era a relação de diferença apenas, onde o estruturalismo se preocuparia com o que externo ao texto, enquanto o formalismo russo com o que é intrínseco a ele.

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    1. Sim, o estruturalismo também focava os aspectos intrínsecos. Somente na fase tardia de cada autor, o estruturalismo foi revisado ao ponto de, por exemplo, Tzvetan Todorov renegar vários postulados do início de carreira quando já no século XXI publicou o livro Literatura em perigo.

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  10. O estruturalismo advém da noção de estrutura, a qual é anterior à década de 1970, época em que se expande essa “nomenclatura”, segundo o dicionário..... estrutura significa. Nesse movimento despontam autores como Roland Barthes, Tzvetan Todorov, Julia Jristeva, Jurij Lotman, Claude Bremon.
    Sabe-se que os formalistas russos tinham o pensamento que pode ser expresso pela seguinte afirmação de Eikhenbaum “o desejo de criar uma ciência literária autônoma a partir das qualidades intrínsecas do material literário”. (Eikhenbaum, 1976), a primeira vertente do estruturalismo, pertencentes à revista Tel Quel, bebeu nas fontes dos formalistas, contudo seus resultados não foram promissores e eles decidiram, em um segundo momento, passaram a investir na formulação de esquemas e regras, a partir do texto literário, os quais serviriam a todos os textos.
    O interessante é observar que o estruturalismo não ruiu por causa da descrença em seus métodos e sim graças ao abandono dos próprios estruturalistas.Quanto aos estudiosos, cabe citar algumas de suas contribuições. Dessa forma temos os seguintes estruturalistas:
     Tzvetan Todorov, para ele a obra literária possui planos, os quais constituem a significação definitiva, essa significação é dividida em quatro planos: plano do som, plano prosódico, plano gramatical e plano da substância do conteúdo.
     Roland Barthes, para esse autor a literatura possui um conjunto de signos sem relação com signos sem relação com ideias, signos ou estilos; ela separa-se da história.
     Algidas Julien Greimas trata do discurso poético em seu livro Ensaio de Semiótica Poética, no qual ele afirma que o conceito de discurso poético não se estende ao conceito de literatura, afirma também que o signo poético é complexo.

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  11. Em leitura da obra de Barthes, na qual ele versa sobre a estrutura na narrativa, primeiramente percebi o cuidado do autor em tratar da mesma. Uma vez que primeiramente trata da conceituação da narrativa, afirma que existem inúmeras narrativas, dessa forma não seria viável estudar a estrutura de uma e tentar aplicá-la às demais, as o modelo é forçado a ser dedutivo e aos poucos adaptados. Novamente, como em outros textos lidos na disciplina, percebemos a importância da linguística nos estudos estruturalistas, a qual possibilita a organização de forma que possamos delimitar e classificar os elementos nela envolvidos.
    Barthes afirma que é necessário delimitar os segmentos que constam à narrativa, para que essa determinação seja possível é necessário levar em consideração o caráter funcional desses segmentos. Tratamos na narrativa das unidades funcionais, as quais são aquelas que remetem a um conceito necessário ao conjunto da história; essas unidades dividem-se em classes, as quais são “funções e índices”. Quanto à Função ela divide-se em cardinal, a qual é aquela que é o núcleo da narrativa é ao mesmo tempo cronológica e lógica, por outro lado temos a catálise que é uma espécie de suporte ao núcleo, é uma unidade apenas cronológica. No que diz respeito ao índice este não pode ser completado se não pela narrativa ou personagem. Barthes trata também da importância do personagem dentro da narrativa, o autor ressalta a modificação acontecida com esse elemento, onde o personagem deixa de ser meramente um nome e torna-se uma pessoa, consciência psicológica. Chama minha atenção a importância dada pelo autor aos diversos tipos de personagens, dessa forma cabe fazer a seguinte citação: “em suma, cada personagem, mesmo secundário, é o herói da sua própria sequência” (BARTHES, 2011, p. 45)
    Tzvetan Todorov tratando das categorias da narrativa literária inicia suas palavras com a definição do sentido e da interpretação, onde sentido é a possibilidade de um elemento entrar em relação com outro elemento de uma obra ou até mesmo com ela toda, enquanto a interpretação depende da postura ideológica, da ideologia que se adota.

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  12. UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA - UESB
    Departamento de Estudos Linguísticos e Literários – DELL
    Docente: Prof. Dr. Camillo Cavalcanti
    Discente: Lorena Pereira Silva
    Disciplina: Teoria da Literatura e Ciências Humanas II (SIP)

    Atividade
    Obra escolhida: Análise estrutural da narrativa – Roland Barthes

    Roland Barthes foi um escritor, sociólogo, crítico literário, semiólogo e filósofo francês. Formou-se em Letras Clássicas em 1939 e Gramática e Filosofia em 1943 na Universidade de Paris. Fez parte da escola estruturalista, sendo influenciado pelo linguista suíço Ferdinand Saussure. Barthes compôs ensaios que, pelo estilo, se comparam às escrituras literárias às quais ele conceitualmente tratava. Através deles, podemos dizer que, este pensador francês continua atuante, pois seus escritos seguem a gerar interpretações, aplicações e a inspirar mais e mais estudos. Ele acreditava que toda escrita se fundamenta em textos anteriores, reescrituras, normas e convenções, e que estas são as coisas às quais nos devemos voltar para entender um texto. Além disso, de forma a apontar a relativa falta de importância da biografia do autor de um determinado texto, comparado com as convenções textuais e culturais pré-existentes, Barthes afirma que o escritor não tem passado, pois nasce com o texto. Afirma também que, na ausência da ideia de uma “autor-Deus”, para controlar o significado de determinado trabalho, os horizontes interpretativos estão abertos para o leitor ativo. Como Barthes declara, “a morte do autor é o nascimento do leitor”.
    Em A morte do autor (1968), ensaio marcante que consta de O rumor da língua, em que o autor faz verter um novo matiz de significação para a ideia de escritura: sendo ela “a destruição de toda voz, de toda origem. A escrita é esse neutro, esse compósito, esse oblíquo para onde foge o nosso sujeito, o preto-e-branco aonde vem perder-se toda a identidade” (p. 01). Desenvolve-se então uma argumentação, haja vista que o pensador nos faz notar: quando uma mensagem é emitida de modo essencialmente lúdico e simbólico, sem o objetivo direto de atingir o real, institui-se um tipo de discurso que, por sua natureza, “se desfaz de seu autor”, passando a pertencer, digamos assim, à cultura e aos leitores em geral. Ou seja, sociedade e literatura ainda que independentes, possuem dependências. O autor na verdade é uma entidade moderna, a partir do ponto de vista que “a pessoa humana” passou a figurar no centro do universo, ...

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  13. ...prestando conta ao positivismo, ao qual se deve o privilégio da importância do autor, depois da Idade Média.
    O desprendimento entre autor e obra leva Barthes, por um lado, a anunciar, em um tom contra-ideológico, a morte do autor, sendo que este, para ele, é uma extensão do individualismo burguês; e por outro lado, anuncia também o surgimento de um novo tipo de autoria: o “escritor”. Aquele que, sem encarnar uma persona externa à escritura, faz a linguagem “falar por si mesma”. A ideia de “escritor” é uma formulação desenvolvida a partir de leituras de poemas de Mallarmé e dos surrealistas, que adotaram uma “escritura” neutra, desvinculada de uma “persona racional” a comandá-la, mas Barthes também encontra apoio conceitual na Linguística para quem “a linguagem conhece um ‘sujeito’, não uma ‘pessoa’” (p. 03).
    Um diferente tipo de leitura se instaura, no caso da literatura: a escritura não precisa ser decifrada de acordo com o que “quis dizer o autor”, não precisa ter a sua interpretação aprovada por um crítico especialista ou mesmo um formulador de leitores, que os quer formar “à imagem e semelhança” de suas próprias interpretações. A escritura é a linguagem aberta, captando a totalidade dos discursos humanos, vigorando para todos os que possuem linguagem, sem que tenha alguém a centralizá-la, à dominá-la. Ou seja, “um texto é feito de escrituras múltiplas, oriundas de várias culturas e que entram umas com as outras em diálogo” (p.05).
    Portanto, a escritura é aberta ao diálogo e avessa a interpretações dogmáticas. Ela se efetiva quando o leitor a integra com sua subjetividade e faz verter sentido.


    P.S.: Professor, por gentileza, queira perdoar o meu atraso no envio da atividade. Fiquei sem internet no computador na última semana, de modo que isso impossibilitou o envio desta em tempo hábil. Atenciosamente, Lorena.

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