sábado, 18 de maio de 2013

Teoria Literária - SIP - regime especial

(VERIFICAR ATUALIZAÇÕES SEMANAIS AO FINAL DA MENSAGEM!!!)
Bom dia, alunas!

A disciplina será ministrada através desta postagem, aceitando comentários no post.
Primeiramente, será preciso adquirir o material de estudo (na Livraria da UESB, em frente à biblioteca):

Método de Crítica Global
O Formalismo em Teoria Literária
Método de Crítica Global II
História Literária (e o problema da literatura contemporânea)

Em geral, dá certo começar com Método de Crítica Global I ou II. Pelo nível didático, o primeiro; nível teórico, o segundo. Caberá a as três escolherem: qual volume em primeiro. A explicação sobre signo no livro Método de Crítica Global (I) é muito elucidativa, com exemplos e esqueminha por figuras geométricas (polígonos).

Podemos começar pelo Método I? Ou querem o debate sobre "o que é uma obra literária" como esclarece o volume II?

De todo modo, a primeira tarefa é escolher um desses títulos para leitura e análise crítica (sem repetir: vale o que está salvo, no blog). Após isso, ler atentamente até compreender os conceitos linguísticos fundamentais para o entendimento do fenômeno literário: linguagem, língua, fala; estrutura ficcional, conteúdo polissêmico; a semiologia foi a ciência que Barthes idealizou para estudar o sentido, porém tal qual ideologia: o pressuposto de Saussure arcerca de uma ciência geral do signo Barthes quis desenvolver com Elementos de semiologia, até mudar novamente o perfil com Aula, texto que se entrega deliberadamente à ideologia libertária, cuja vigência ou lugar-tenente seria a obra literária. Capazes de romper os padrões linguísticos, os referentes da literatura são hipotéticos, imaginários, fictícios. Essa dimensão de montagem do universo literário é a linguagem operando, ou melhor, o operar da linguagem. Por isso, arte é linguagem, respondendo a Mikel Dufrenne: o poder de construção do real lateja ali, a partir da obra literária (estrutura e conteúdo). Daí a importância de um método integrativo, que reúna os mellhores resultados das correntes formalistas e hermenêuticas.O acontecimento do mundo literário é verossímil, enquanto o acontecimento do mundo histórico é verdadeiro: "a história diz o que é; a literatura, o que pode ser" (Aristóteles).

Atividade individual: leitura e fichamento de uma apostila-livro da UESB. Postar comentário no blog com o livro-apostila escolhido, para garantir que não haja repetições. Depois editar comentário com mais escrita sobre os livros. Faremos um intenso debate, para que os conteúdos dos três livros escolhidos possam abrir o horizonte de uma crítica global ou integrativa.

Favor discriminar no comentário qual o seu nome e qual apostila escolheu. Daí iremos debater tópicos sobre o conteúdo das apostilas, aplicando quiçá o método em alguns exemplos da literatura brasileira, semelhante a uma proposta de análise.

Vamos encarar essa jornada?

Essa é só a primeira atividade. Depois, vamos prosseguir a leitura das apostilas-livro porque não se esgotará o livro apenas na primeira unidade, com 20 horas de aulas, isto é, 10 encontros. Mas precisamos avançar, até chegarmos a "outros formalismos" contemporâneos do estruturalismo ou formalismo francês: Frye, Moles, Grupo µ, etc.

Vamos deixar "outros formalismos" para a Unidade III: cada aluna torna a escolher uma corrente citada no capítulo e oferece um fichamento e uma resenha crítica do livro adquirido desde o começo da disciplina.

Então, em síntese:
Escolher uma apostila e desenvolver as tarefas:
 a) para O Formalismo em Teoria Literária
unidade I: até estilística; (prova: prazo de entrega 07/06, após Corpus Christi)
unidade II: formalismo russo, new criticism e estruturalismo; (prova: prazo de entrega 05/07)
unidade III: Moles, Frye, Grupo µ, etc.; (prova: prazo de entrega 02/08)
b) para Método de Crítica Global
unidade I: até capítulo III; (prova: prazo de entrega 07/06, após Corpus Christi)
unidade II: até capítulo VI; (prova: prazo de entrega 05/07)
unidade III: capítulo VII em diante (prova: prazo de entrega 02/08)
c) para História Literária
unidade I: até o Discurso Impostor da Crítica; (prova: prazo de entrega 07/06, após Corpus Christi)
unidade II: O Discurso Impostor da Crítica; (prova: prazo de entrega 05/07)
unidade III: depois de O Discurso Impostor (literatura hoje, debate e literatura contemporânea, produção).
(prova: prazo de entrega 02/08)
d) para Método de Crítica Global II
unidade I: até Carta sobre o Fundamento Literário; (prova: prazo de entrega 07/06, após Corpus Christi)
unidade II: Carta sobre o Fundamento Literário; (prova: prazo de entrega 05/07)
unidade III: depois da carta (tendências da crítica literária no século XX e todos os outros itens posteriores à Carta); (prova: prazo de entrega 02/08)

Por favor, cada aluna fazendo sua parte. Por favor, o objetivo é recolocar o comentário como postagem do blog, relativa à disciplina de Teoria Literária SIP. O trabalho escrito, qualitativamente e quantitativamente adequado, será avaliado como suficiente para passar de ano, após compreender uma apostila que trata de um dos assuntos de teoria literária.

OBSERVAÇÃO FINAL: OBRIGATÓRIO ASSINAR DIGITANDO NA PRÓPRIA POSTAGEM O NOME DA ALUNA NO INÍCIO OU NO FINAL DO TEXTO.

Prof. Camillo Cavalcanti

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21 de maio de 2013:
Atenção!! Atividade para 31 de maio, valendo ponto:

Escolher um texto para ler, fichar e comentar (mínimo de 2.500 palavras).

Recentemente o google-livros tem disponibilizado informação livre. Alguns grandes nomes das mais diversas áreas do conhecimento aderiram ao mecanismo, a exemplo de Regina Zilberman, referência na Teoria Literária. No ano passado, circulou um material interessante, voltado para a aplicação na graduação, de modo que apresenta um cunho didático interessante, imprescindível porém muitas vezes esquecido.

Teoria da Literatura, IESDE, 2012.
ZILBERMAN, Regina. vol. I p. 11-22 (a cargo da aluna: Amanda Abreu)
COSTA, Marta Morais da. vol. II p. 7-14 (a cargo da aluna:
OLIVEIRA, Silvana. vol III, p. p. 27-33 (a cargo da aluna:

Observação: atividade para ser postada como comentário no blog.

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Segunda, 03 de junho de 2013:
(ATENÇÃO ANA E ALINE!!! DEFINIR IMEDIATAMENTE A ESCOLHA DE VOCÊS SOBRE QUAL DAS APOSTILAS)
Devemos debater as ideias dos textos, para criar entendimentos cada vez maiores e mais profundos a respeito de sua realidade. No caso de minhas apostilas, cabe considerar algumas questões, para avançarmos para outras reflexões sobre o literário.

Devem ser postados "comentários aos comentários", isto é, devemos promover o debate através da abertura de novos comentários. Então já lanço as primeiras provocações, na certeza de que as futuras virão como consequência de iniciarmos a discussão.

MÉTODO DE CRÍTICA GLOBAL I:
Os três primeiros capítulos do Método encerram uma unidade. Porque pensa integrativamente o conceito de literatura e sua sistematização (ou apreciação). Para além dos exercícios hermenêuticos -- que não devem ser desconsiderados --, o Método propõe entretanto uma sistematicidade para a apreciação. O que é Literatura? Diga com suas palavras. Para que os conceitos de mimesis, ilusão, mentira, ficção, realismo, arte, poiesis, contexto, história circulam em nossa área? Auxiliam ou atrapalham no achamento do caminho? A parte verbal, isto é, que levará ao signo, é também imprescindível? Podemos aceitar, com Damaso Alonso, que a parte fonética, fonológica e sonora do fenômeno literário acontece na dimensão do significante, da forma, toda vez que notarmos a influência da estrutura, e mais especificamente, da parte sonora. O que seria então a estrutura?

No cotejo com Regina Zilberman, o que podemos dizer sobre as explicações do conceito "literatura". Qual foi a definição oferecida por Zilberman? É válida? Adequada, abrangente demais ou restrita demais? Em que pontos se aproximam ou se diferenciam do Método de Crítica Global?

A opção de Zilberman foi notadamente histórica, ou antes historicista: forneceu um panorama das ideias sobre o que é literatura, sem no entanto confrontá-las, compará-las de modo a oferecer como resultado uma definição específica do livro que estamos lendo a respeito de seu principal assunto: o que é literatura?

Os diferentes entendimentos sobre o literário, simplesmente apresentados em fileira histórica, não colaboram, pelo contrário impedem o leitor de construir uma ideia consistente sobre a literatura.

Não podemos aceitar a definição de produto em circulação com três elementos: o autor, o texto, o receptor/leitor. Essa simplória sistematização pode ser feita com tudo o que se comercializa (o café é um produto circulante de um cafeicultor para um consumidor) , e não é esta a ideia essencial para se entender o conceito de literatura. O que é literatura?

Platão/Sócrates diz(em): é mimesis.
Aristóteles diz: é techné.
Horácio diz: é eloquência.
Kant diz: é representação.
Heidegger diz: é o que foge ao utensílio.

Que contribuições o formalismo e a hermenêutica deram para hoje nós podermos escolher um método crítico (dentre vários), apronfundá-lo, consertá-lo ou mesmo atacá-lo como ameaça constante a não se sabe o quê? O fato é que temos uma categoria chamada "literatura" e nela todo um patrimônio cultural, que pode ser nacional, regional ou individual na superfície, mas com certeza é universal no âmago da exposição do ser humano, sua relação com o entorno, em meio à mais abundante fertilidade inventiva: o impossível se torna verossímil, e de repente vemos o impossível virar o possível. Mas esse possível não é o de Aristóteles, não é o histórico: é possibilitar, na ficção, até mesmo o impossível, como é o caso de "ramo de sol". A possibilidade que poderia ter sido e não foi se manifesta na obra literária como um "pode ser", ou melhor, como um "é". As possibilidades, logo, são irradiações polissêmicas de um sistema que é constantemente subvertido: o sistema verbal a todo instante é fraturado pelo sistema artístico, quer dizer, a estrutura literária compete com a estrutura sígnica, ou dito de outro modo, o conteúdo multidiversificado do signo literário provém da força de linguagem que se instala no discurso verbal sobre a inércia referencial e a estabilidade sígnica entre significante e significado, gerando dynamis, dinâmica (obra aberta) e poiesis, construção (figuras retóricas). Ambas dimensões devem ser preservadas: a hermenêutica escorregará pelo labirinto polissêmico enquanto o formalismo garimpa as influências sonoras, incluindo entonação, velocidade, extensão, subjetividades como ironia, exagero, etc. Depois de preservar as duas dimensões da obra literária, devemos reconciliar a importância equipotente da forma e do conteúdo, da estrutura literária e da estrutura sígnica, da arte e da palavra.

A inclusão é o caminho; não há outro: a confluência dos métodos formalistas e hermenêuticos oferecerá uma abordagem a mais completa possível, sempre à espera de mais confluências, mais aprimoramentos.

QUE CONTRIBUIÇÕES O FORMALISMO E A HERMENÊUTICA DERAM PARA HOJE NÓS PODERMOS ESCOLHER?

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 Domingo, 01:00, 30/06/2013


Atenção Amanda Abreu,

Acompanhe o curso de extensão "O Formalismo em Teoria Literária" (20h). Revi os prazos para entrega de trabalhos: participe. Você já tem todas as horas de atividades científicas preenchidas? O curso será de grande proveito para você, já que lhe dará horas de extensão abrindo debate sobre a própria matéria de sua disciplina nessa Unidade II. Caso não se interesse na inscrição formal, faça as atividades propostas no curso de extensão para ajudar a subir ou compor a nota do boletim.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Dilemas da Crítica Literária no Brasil

DILEMAS DA CRÍTICA LITERÁRIA NO BRASIL


    Crivada de problemas de toda ordem, a crítica literária atravessa uma crise aguda. Até mesmo seu estatuto fôra ameaçado: qual o lugar da Critica Literária? Qual su contribuição para a constituição do ser humano?
    O conhecimento de obras literárias foi visto como estéril movimento do saber para o que é inútil. Ter como objeto o texto literário também se tornou um fardo vergonhoso, por estudar o fictício, a enganação, a velha mimesis de Platão. O mesmo fantasma ronda a cidade crítica: a consciência de seu papel distinto na construção do homem em sua plenitude.
    O desconforto nasce quando o repertório literário é julgado um manancial de inutilidades, para o qual não houve espaço no jornal durante as últimas décadas do século XX. Esse é o primeiro grande ponto ou dilema que a crítica literária precisa resolver para estancar o sangramento que virulentamente corre para áreas afins, como Ciências Sociais (na busca pelos Estudos Culturais), a Filosofia (na busca por Hermenêuticas) e Outras artes (na busca de um refúgio que aliviasse o melodrama do rejeitado e estanho objeto de desejo: a literatura).
    Na busca de relação com outras artes, a defesa do literário e sua relevância devem estar sedimentadas no cabedal de conhecimento de todo o profissional de Letras, sobretudo em Literatura.
    Então é fundamental a revalorização da natureza literária, para que a crítica subsista e não perca seu material mais complexo de investigação: a obra literária.
    Revalorizar a literatura significa primeiramente conhecer sua essência, para depois lhe projetar, identificar, reconhecer e valorizar a presença literária. Para tanto, a velha noção de literatura atrelada ao impresso precisa cair por terra, pois o discurso verbal pode acontecer de outros modos. 

Primeiro trecho da transcrição (fotocópia-xerox).

Não estranha que o principal problema da crítica hoje seja justamente a abordagem sobre a Literatura Contemporânea, porque exige o conhecimento da literatura, isto é, um conceito além de pensar nas suas relações e problemas com o mundo atual, notadamente cada vez mais ágrafo, embora utilize grafemas. Pode parecer excessivo, mas na verdade a sociabilidade contemporânea ruma para destinos que excluem a escrita, como suporte arcaico. A leitura é tolerada como meio de comunicação disponível. O principal contratempo, no entanto, não é a presença de grafemas mas essencialmente sua utilização para registrar e comunicar, sob uma forma coloquial, espontânea e imediata. Sua natureza é evidentemente oral, mas começa a se afirmar na escrita, tomando quase todo o espaço da produção textual da grande massa. Esse é o segundo problema que a crítica precisa enfrentar e estudar como fenômeno cultural que impacta na formação do homem pela dimensão do diiscurso e se relaciona com outras instituições, suportes e tecnologias. Além de reconfigurá-lo pelo discurso, deve reconfigurá-lo mais amplamente pela linguagem. Essa é a língua como exercício de toda a linguagem, isto é, a redução das possibilidades escricionárias e escriturais do homem ao denotativo. Roland Barthes irá dizer que esse domínio é fascista, indicando apenas um caminho obrigatório para a fala e o sentido, produção e leitura. Livrar o homem dessa alienação e reificação através do pensamento sobre língua, literatura e linguagem é apenas um dos “inúteis” objetivos da área de Letras. É preciso defender a dimensão criativa, extraordinária e imaginativa que constitui a maior complexidade e a maior relevância do homem.
    Superados esses dois problemas fundamentais, ligados à autoestima do campo literário, o dilema principal da crítica literária surge da relação entre os dois problemas: o nível constitutivo e o nível relacional da obra literária. A crítica literária precisa resistir ao esvaziamento do literário e a escassez do exercício crítico para refletir a relação entre literatura e história, isto é, qual o lugar da literatura e o papel do lugar com seus agentes: autor, leitor, crítico. Muitas vezes o objeto literário é pensado como reflexo da sociedade, de modo que a obra de literatura é dessarte porque o contexto histórico é destarte. Essa ligação (venal em todos os sentidos, desde visceral à venenosa) - essa ligação entre literatura e história põe a literatura a serviço da doxa, institucionalização verbal da complexa dinâmica social. Por aqui insiste Antonio Candido com sua sociologia da literatura, ávida de indiferenciar a literatura frente a outras produções culturais. Todorov, recentemente no livro A literatura em perigo, querendo exorcizar a pecha anti-histórica e anticontextual do estruturalismo (do qual participou ativamente) terminou arranjando outros fantasmas, por exemplo definir literatura como relato da civilização, símbolo nacional e ou cultural capaz de traduzir e informar o espírito da nação e de seu habitante. Além de ser teoricamente equivocada, a escolha do tema como critério para construir o cânone já vem demonstrando seu desastre agora também em termos práticos e objetivos: verificando o espírito nacional e a capacidade de a obra literária transmiti-lo, estruturou-se repleto de problemas que são reflexo e resultado dos dilemas da crítica literária no Brasil, graças à escassez do debate teórico.
    Mal definido ou mal tratado, o objeto literário permanece no canto escuro do abominável. 
 
Segundo trecho subsequente da transcrição (fotocópia-xerox).