quarta-feira, 7 de maio de 2014

2014.1 - Atividades 06/05 a 09/05

Queridos alunos. Seguem as atividades. Como feito anteriormente, as atividades devem ser postadas como comentários, citando os respectivos componentes do grupo.

UESB
LICENCIATURA EM LETRAS
TEORIA LITERÁRIA 2014.1
PROFESSOR CAMILLO CAVALCANTI

ATIVIDADE: Estruturalismo.

Como descrito na apostila, o termo Estruturalismo é empregado de diversas maneiras, devido à sua abrangência e ao seu pluralismo semântico. Em todo caso, é regra enquadrar os colaboradores das revistas/periódicos Tel Quel e Communications. Dentre eles figuram Roland Barthes, Tzvetan Todorov e Algirdas Julien Greimas.

Para esta atividade, foram escolhidas duas obras fundamentais do Estruturalismo: Análise Estrutural da Narrativa e Ensaios de Semiótica Poética.

Em grupos com número semelhante de membros, faça a leitura de um dos capítulos assinalados abaixo e explique o método de trabalho empregado pelo crítico.

Turma de Vernáculas. Ensaios de Semiótica Poética - disponível em http://pt.scribd.com/doc/125749191/GREIMAS-Algirdas-Julien-Org-Ensaios-de-Semiotica-poetica-Trad-Heloysa-de-Lima-Dantas-Sao-Paulo-Cultrix-1975
1. Divisão Convencional e Signnificação
2. Estruturação e Destruição do Signo em Alguns Textos de Jarry
3. Sistemática das Isotopias

Turma de Modernas. Análise Estrutural da Narrativa - disponível em http://www.ebah.com.br/content/ABAAAgQ8kAB/analise-estrutural-narrativa-roland-barthes
1. Introdução à Análise Estrutural da Narrativa
2. Elementos para uma Teoria da Interpretação da Narrativa Mítica
3. As Categorias da Narrativa Literária

Obs.: o CPLetras não se responsabiliza pelos direitos autorais dos links para textos, pois é responsabilidade do site-fonte.

UESB
LICENCIATURA EM LETRAS
LITERATURA BRASILEIRA 2014.1
PROFESSOR CAMILLO CAVALCANTI

ATIVIDADE: O Segundo Momento Romântico e Poesias Pós-Sentimentalismo

Lendo a apostila, percebe-se a comparação entre os movimentos literários europeus e brasileiros nessa fase que chamamos de "Pós-Sentimentalismo".

1. O que se depreende da terminologia proposta: Pós-Sentimentalismo?
2. Quais as principais ideias europeias?
3. De que forma o Brasil aproveitou tais ideias? Aponte as semelhanças e diferenças que estabelecem a especificidade de nossas Letras na 2a metade do século XIX.

26 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Professor Camillo em nome do grupo o qual faço parte gostaria de avisar-lhe sobre a nossa dificuldade em abrir o e-mail disponibilizado por ti.Então daremos início a pesquisa sobre o determinado tema para então postarmos as respostas como comentário.Sem mais Fernanda Gusmão.

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  3. Prezada Fernanda,

    A pesquisa deve seguir estritamente as orientações postadas no Blog CPLetras.

    PARA QUEM NÃO CONSEGUE ABRIR O E-MAIL: No seu caso específico, diante da dificuldade relatada, não há necessidade de abrir o e-mail que avisa sobre as postagens: basta perceber o e-mail na sua caixa e logo em seguida verificar no blog qual atualização foi efetuada. Use o e-mail apenas como sinalizador para você imediatamente acessar o blog e perceber as novas postagens no blog, pois no e-mail aparece o mesmo texto constante no blog, de modo que o novo texto pode ser consultado na caixa de e-mail ou diretamente no blog.

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  4. UESB
    LICENCIATURA EM LETRAS
    LITERATURA BRASILEIRA 2014.1
    PROFESSOR CAMILLO CAVALCANTI
    Discente: Ana Paula dos Reis Couto

    ATIVIDADE: O Segundo Momento Romântico e Poesias Pós-Sentimentalismo


    Lendo a apostila, percebe-se a comparação entre os movimentos literários europeus e brasileiros nessa fase que chamamos de "Pós-Sentimentalismo".

    1. O que se depreende da terminologia proposta: Pós-Sentimentalismo?
    2. Quais as principais ideias europeias?
    3. De que forma o Brasil aproveitou tais ideias? Aponte as semelhanças e diferenças que estabelecem a especificidade de nossas Letras na 2a metade do século XIX.

    Respostas:
    1- Conforme a leitura da apostila “Literatura Oitocentista Brasileira”, podemos entender que o pós-sentimentalismo é uma terminologia que abrange os variados estilos literários que emergiram aos fins do século XIX, após a primeira fase Romântica, a qual faz parte o Sentimentalismo e o Decadentismo. Uma das principais características do pós-sentimentalismo é a pluralidade de estilos literários.

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  5. UESB
    Licenciatura em Letras
    Teoria Literária 2014.1
    Professor: Camillo Cavalcanti
    Alunas: Quesia de Oliveira Meira, Jeane Silva Lima, Amanda Moreno Fonsêca de Andrade, Letícia Portela, Stefane Leite Lima Andrade, Sheilla Queiroz e Juliana Oliveira.

    Ensaios de Semiótica Poética – Grupo 3: Sistemática das Isotopias

    O estudo do texto 'Sistemática das Isotopias' refere-se à análise do discurso e tem como propósito a aplicação do conceito isotopia. Este conceito parece adequada tanto à constituição do discurso como objeto científico quanto à reprodução metódica desse objeto desse objeto. A isotopia, segundo A.J.Greimas, é toda interação de uma unidade linguística. Ela está relacionada à pluralidade semântica, sua aplicação a um determinado texto possibilita-lhe uma leitura polissêmica. A isotopia elementar compreende duas unidades da manifestação linguística; isto posto, é teoricamente indefinido o número das unidades construtivas de um isotopia. O exame das estruturas discursivas autoriza-nos a estabelecer uma distinção entre as estruturas retóricas, que organizam os elementos de um mesmo nível linguístico, e as estruturas estilísticas, que estabelecem as correlações entre diferentes níveis. Sabe-se que a isotopia tem uma definição sintagmática; mas não sintática; ela não é estruturada, trata-se de um conjunto não ordenado. Entretanto, quer dependam de um mesmo nível ou de níveis diferentes do texto, as isotopias podem articular-se entre si, através relações que definam uma estrutura retórica ou estilística. Assim, por exemplo, a redundância de certos flexivos e de certas estruturas frásticas pode constituir o feixe estruturado de isotopias sintáticas a que os latinos dão o nome de estilo indireto. Pode-se estabelecer uma isotopia numa sequência linguística de uma dimensão inferior, igual ou superior a da frase. Ela pode surgir indiferentemente em qualquer nível de um texto; poderemos encontrar exemplos muito simples no nível fonológico: assonância, aliteração, rima; no nível sintático: acordo por redundância de marcas; no nível semântico: equivalência definicional, triplicação narrativa... Daí a possibilidade de uma estilística das isotopias.

    I- As Isotopias classemáticas

    As Isotopias classemáticas são constituídas pela redundância dos termos de categorias sêmicas em ação na sintaxe classificada de classemas por Pottier e Greimas, e de semantic markers por Katz e Fodor. O estudo dessas isotopias só irá a diante com o desenvolvimento da análise sintática; por enquanto, ainda é muito rudimentar o inventário dos classemas. É a propósito deles que Greimas descreve o princípio da seleção sêmica, cuja aplicação permite a extração das isotopias, o problema das isotopias complexas (que seriam constituídas pela redundância de termos complexos de categorias classemáticas, permitindo leituras plurívocas), a nosso ver, também deve ser levantado a propósito das isotopias semiológicas.

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    1. II- As isotopias semiólogicas

      Este gênero de isotopia é codificado por formas retóricas, como a ecfrase; ele permitiria a redefinição científica daquilo que a teoria da literatura representativa denomina sujeito de um texto ou de uma sequência, descrever essas isotopias constitui uma maneira de ler um texto; assim por exemplo, ler a Educação Sentimental ou o Evangelho de Marcos como textos políticos significa antes de tudo inventariar nesses textos os sememas pertencentes a um campo identificado (ideológica ou cientificamente) como sendo o da política de acordo com o campo semêmico escolhido. Seria possível proceder a uma tipologia dessas leituras. O obstáculo principal para o estudo deste de gênero de isotopias é a carência de descrições científicas dos campos semêmicos; com efeito, os sememas são classificados em sintaxe apenas em razão de suas bases classemáticas e não por suas figuras nucleares; ou então, nos dicionários ou léxicos especializados, eles aparecem classificados de acordo que os lexemas que os recobrem. Ao que parece, a teoria dos campos semêmicos não poderá postular universais, mas deverá escrever esses campos ao mesmo tempo que os sistemas axiológicos e ideológicos da sociedade que produziu os textos estudados.
      Os estudiosos que se dedicaram a análise narrativa dos textos bíblicos perceberam imediatamente que as distinções entre campos: temporal e espiritual, ou profano e sagrado, embora pertinentes quanto à descrição dos textos cristãos modernos, não o eram com relação aos textos antigos.
      Um mesmo texto pode evidentemente manifestar diversas Isotopias semêmicas entremeadas. Tomemos, por exemplo, ‘’Salut’’, de Mallarmé:

      SALUT

      Rien, cette écume, vierge vers
      À ne designer que la coupe;
      Telle loin se noie une troupe
      De sirenes mainte à l’envers.

      Nous naviguons, ó mês divers
      Amis, moi déjà sur la poupe
      Vous, l’avons fastueux qui coupe
      Le flot de foudres et d’hivers;

      Une ivresse belle m’engage
      Sans craindre même le tangage
      De porter debout ce salut

      Solitude, récif, étoile
      À n’importe ce qui valut
      Le blanc souci de notre toile

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    2. O poema é uma “saudação”, tradução exata de Salut. Mas pode ser também um “brinde”, que é o que o poeta faz a todos os seus convivas. E o poeta a inicia dizendo que não há “Nada, apenas a espuma e o verso virgem” (Rien, cette écume, vierge vers), designando a taça, a coupe. O verso vai, portanto, nascer da espuma do copo (cerveja?) sobre a folha de papel. A espuma do copo se converte logo depois em espuma do mar, onde são avistadas “tropas de sereias”.

      A segunda estrofe é a descrição da viagem (Nous naviguons, ó mes divers amis), o bardo na popa e seus companheiros à frente, rompendo as ondas em meio a tempestades invernais. Então, ele é tomado de uma “bela embriaguez” e nem sequer se importa mais com o balanço do barco, quando se ergue e oferece sua saudação, seu brinde.

      Une ivresse belle m’engage
      Sans craindre même le tangage
      De porter debout ce salut

      Ao mesmo tempo em que nos saúda em pleno mar e embriaguez, o poeta reflui para a solidão do recife, da estrela (Solitude, récif, étoile) e da branca folha de papel em que escreve (Le blanc souci de notre toile). Um movimento vertiginoso, onde não faltam as batidas das ondas (poupe, coupe), as tempestades e os relâmpagos (foudre), o naufrágio (solitude, récif, étoile), o poeta solitário num recife e o manifesto de frustração final, composto pelos dois últimos versos (À n’importe ce qui valut / Le blanc souci de notre toile). Frustração em relação a quê, em se tratando de uma obra tão bem acabada? - O poeta não pode finalmente apreender toda a poesia, apenas um fragmento, que se esvai assim que deita sobre o papel a última palavra.

      Trata-se de um poema de mil leituras, dissecado a torto e a direito ao longo de seu quase um século e meio de publicação. Se começarmos pelas interpretações, não conseguimos nem sequer lê-lo, pois nos perderemos nas metafísicas dos estudiosos. Mallarmé despido de mistério: o essencial é usufruir de sua poesia, que é de fato uma meta-poesia, uma poesia sobre a escrita poética, e por isso mais livre de ser apreciada.
      O poema Salut foi escrito em 1893, por ocasião de um jantar em homenagem ao poeta. O estudioso David G. Torres (Barcelona, 94), observa que, no poema, o fundo (o tema) é a forma (palavras) e a forma é o fundo. O que faz tremer gregos e plebeus sem motivos, pois, se Mallarmé é hermético na interpretação, é totalmente acessível na fruição.

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  6. A isotopia é responsável pela unicidade de significação de um texto e pela
    homogeneidade dos significados, garantida, não raro, pela originalidade e pela
    redundância, isto é, repetição de um número mínimo de signos necessário para a
    transmissão de uma informação. Pode também ser verificada pela anáfora ou pela
    catáfora, que retomam ou antecipam uma unidade semântica, respectivamente.
    Além de regras lógicas, a isotopia opera pela coerência semântica. Desta
    maneira, como afirma o Grupo µ, “a matriz semântica de um termo atua como filtro
    para orientar a leitura de seu contíguo; essa relação é evidentemente simétrica.
    O termo isotopia é oriundo da Física. Segundo Reis (1988) termo isotopia foi
    introduzido por Greimas (1979) no campo da análise semântica.
    Posteriormente a elaboração Teórica greimasiana, isotopia passou a designar a
    recorrência, ao longo do texto, de categorias sêmicas abstratas ou figurativas, sendo
    então introduzida uma distinção suplementar entre isotomia temática e isotopias
    figurativas.
    Sabendo-se que ao construir um poema, as palavras são escolhidas de forma
    minuciosa e arquitetônica selecionadas pelo poeta para construção de sua obra,
    acreditamos então que uma investigação lexical poderá ampliar o universo perceptivo
    do leitor, dando a este, uma ferramenta que servirá como agente facilitador para
    interpretação de textos, em especial, neste caso textos herméticos.
    Quando isotopias sêmicas se encontram estremeadas num mesmo texto, elas podem articular-se umas as outras, graças as isotopias meteóricas permitidas pelas codificações parcialmente isomórficas dos campos semêmicos
    Em Salut pressupõe a presença de uma terceira isotopia semêmica que pode ser determinada pela palavra escritura : além de aplicar-se a esse poema __ informação que está por fora do texto, mas não abjeto ___ aos escritores da revista tão metonimicamente denominada La Plume, a leitura de i1 e de i2 deixam resíduos que precisam agora serem mostrados claramente:

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    1. Rien :não é lido em i2, tendo em i1 apenas um sentido de conotação.
      Vierge: idêntica observação.
      Vers: não é lido em i2
      Solitude : não é lido em i1 , onde constituiria problema (solidão em meio a uma assembleia com diversos amigos).
      A tradição literária considera como mais importante o plano de leitura menos aparente, aquele o qual a constituição exige maior número de operações de reescritura. A transcendência, ou seja, a superioridade fica oculta através de palpites ideológicos a hierarquia.
      Há presença de metáfora para a Isotopia, onde as palavras são retratadas de maneira suave ou não, forma metafórica esta que traduz a hierarquização dos três campos semêmicos, porém não apenas existem as três formas de leituras. Entretanto, elas são as mais discutidas para quem sejam aplicadas a leitura de um texto. O sentido não se faz presente em nenhuma delas de maneira individual e sim na interação entre si, por isso a imensa importância de tais.

      DESCRIÇÃO CIENTÍFICA E LEITURA DAS ISOTOPIAS SEMIOLÓGICAS

      A descrição dos textos deveria permitir a elaboração de técnica de leitura. Um relato científico sobre algum texto é considerado completo, pois explica de forma coerente cada parte da leitura. Isso não se aplica apenas às isotopias semiológicas, todas devem servir de exemplo. Os princípios da descrição deveriam recorrer ao corte das leituras redutivas, pois estas transformam textos purisotópicos em isotópico. As metáforas se reduzem a perífrases, que constitui no problema da redução na leitura.
      Outra maneira de reduzir o texto consiste em postular uma expressão logomáquina velada. O que retorna o postulado clássico da literatura como representação ornamental. As metáforas só são reconhecidas na medida em que levam o leitor ao metatexto por ele postulado. Neste caso também é integrada a hierarquização entre os conteúdos de maneira metafórica, onde um representa o veículo e o outro o teor.
      Como conseqüência da não utilização dos três campos para a leitura, da interação entre si, tornaria apenas uma simples interpretação de algum escrito e não de maneira científica e completa.
      O campo semêmico está estruturado em código quando os sememas pertencentes a um mesmo campo articulam-se entre si por relações lógicas identificáveis. Para isso basta que as diferentes codificações destes campos sejam parciais ou totalmente isomórficas para que possam ser constituídas isotopias semânticas através da redundância de sememas que ocupem a mesma posição lógica nesses códigos isomórficos.
      Exemplo: O sepulcro sólido onde jaz todo o nocivo e o avaro silêncio e a maciça noite.
      Este exemplo manifesta essa isotopia, pois cada semema ocupa uma mesma posição nesses códigos diversos: Objetos: Sepulcro / Movimento: Avaro (retenção, dai a imobilidade) / Processo: Noite / Sons: Silencio / Consistência: Sólido, maciço / Momentos do dia: Noite / Cores: Negro (conotação de noite).

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    2. Estilística do Conteúdo

      Há uma separação entre as estruturas semióticas superficiais e as profundas: elas se opõem da mesma forma que os níveis dos sememas se opõem aos níveis dos semas. Embora já estudado as estruturas superficiais existem isotopias iguais as semióticas profundas, por exemplo em uma narrativa (estrutura profunda) a redundância uniforme de certas categorias serve não somente de suporte para a inversão de conteúdo como também a própria inversão de conteúdo pode apresentar a substituição de uma isotopia por outra.

      Estilística de Conteúdo e de Expressão

      Isotopias Léxicas: Uma estrutura profunda pode ser manifesta por séries linguísticas diferentes, logo, por lexemas diferentes (utilizando uma perspectiva onomasiológica). Se o Virgile travesti difere das outras traduções da Eneida, esta diferença não se deve a uma estrutura narrativa original e sim ao seu código lexical. Essas isotopias são produzidas pela redundância de lexemas, codificados da mesma maneira pelo sistema axiológico social. Essas isotopias podem corresponder a isotopias semiológicas.
      Isotopias Sintáticas: Unidades linguísticas tenham uma mesma função são isotópicas do ponto de vista sintático. Assim, sememas em isotopia metafórica, podem ser manifestados numa isotopia sintática que lhe é homóloga ou pela parataxe de sintagmas: “Soleil coucoupé”, ou pela parataxe de frases:” Jasjón sokol zá gory zaljótyval / Vasílij k téremu prixazival ” em que “Vasílij” e “Jasjón sokol” estão em isotopia metafórica. Essas Isotopias semêmicas também podem ter correlatos ao nível sintático.

      A Segunda Articulação

      a)Correlações com o nível prosódico. A distinção acima utilizada entre quartetos e tercetos, já se prendia ao nível prosódico; em Salut, de acordo com as regras de gênero, ela corresponde a uma oposição entre duas sequências sintáticas-semânticas.
      Também neste nível, a disjunção semântica-sintática estabelecida entre i1 e i2, fica assinalada pela indicação de uma pausa entre e.1 e e.2 (posto-e-vírgula no verso 2); a disjunção entre quartetos e tercetos fica redobrada por uma pausa no verso 8 (ponto –e-vírgula); finalmente, a conjunção semântica-sintática, estabelecido nos tercetos entre i1 e i2, é redobrada pela ausência, entre o verso 9 e o verso 14, de qualquer pausa entre grupos sintáticos.

      b) Correlações com o nível fonêmico. Lexemas que recobrem sememas em isotopia metafórica e/ou em isotopia semântica podem estar em relação de isotopia ao nível dos fonemas susceptíveis de serem postos em correlação com os desvios ao nível semântico.

      Escolhemos em Mallarmé, as duas classes s1 e s’2, que se opõem contraditoriamente ao nível semiológico como a Vida à Morte.
      A Segunda Articulação diz respeito à combinação de fonemas dentro de cada signo linguístico. Portanto, ao pronunciarmos palavras como:
      /p/a/r/o
      /r/a/t/o
      /m/a/t/a
      /b/a/t/a
      Percebemos que uma se distingue da outra por meio de unidades fônicas, denominadas fonemas, aqui representados por traços oblíquos//. Essa diferenciação está intrinsecamente relacionada ao significado que as palavras apresentam. Em resumi: a segunda articulação faz referência à combinação que fazemos dos fonemas, que se associam a esses signos.

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  7. Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia.
    Campus Vitória da Conquista.
    DELL – Departamento de Estudos Linguísticos e Literários.
    Teoria Literária - Professor Camillo Cavalcanti.
    Licenciatura em Letras Vernáculas – 1º semestre.
    Estudantes: Camila Kelly Alves, Emanoela Luz, Laize Malta, Letícia Mendes, Marina Pinchemel e Renata Alves.

    Método de trabalho aplicado pelo crítico no capítulo “Divisão Convencional e Significação” do livro “Ensaios de Semiótica Poética” (São Paulo, Cultrix, Ed. da Universidade de São Paulo, 1975).

    Em seu artigo crítico sobre Linguistic Structures in Poetry de Samuel R. Levin, destaca a função das posições equivalentes com relação ao eixo do metro ou da rima, sem questionar a natureza do que possibilita determinar as classes de equivalência táxica. O capítulo “Divisão Convencional e Significação” expõe reflexões sobre as posições definidas na matriz convencional, exceto as posições sintáticas linguísticas.
    A introdução vem com um questionamento: “(...) existirá um sistema de posições, um espaço definível independentemente de qualquer investimento linguístico, por um certo número de traços posicionais e que se beneficie de propriedades semânticas?” (p. 56). A resposta vem ao longo das explanações do capítulo, mas de antemão o autor afirma alguma proposições acerca do recorte suplementar feito à sequência falada ou escrita devido à forma convencional que impõe esse recorte: “ela garante a conservação da mensagem” (p. 56); os acoplamentos têm a tarefa de organizar as relações semânticas, e a forma convencional, enquanto estabelece esses acoplamentos, facilita a descodificação do texto; a forma convencional pode funcionar como um diagrama.
    Essas afirmações, ditas pelo crítico como “preocupações”, chegam à “fusão, em poesia, da forma e do fundo” (R. Jakobson, “A la recherche de l’essence du langage”, in Diogènem nº 51, 1956), que é uma particularidade da composição isomórfica entre significante e significado.
    I. Elaboração de uma rede táxica
    A. Primeiras Abordagens
    1.1 Realidade da forma fixa.
    As formas fixas são aquelas cujas estruturas seguem um modelo pré-definido, como soneto, rondó e balada. Elas todas formam um caso particular que segmenta o texto poético em unidades. Essas unidades são determinadas por regras sobre a natureza e o número de versos das estrofes. Todavia, estas apenas obtém o “estatuto de objeto semiótico” (p. 57) quando são analisadas por suas relações com as outras categorias (instâncias) desse signo que é multidimensional, um poema.
    1.2 Forma fixa e classe de conteúdos.
    Em geral, as pessoas, de forma meramente intuitiva, costumam estabelecer uma relação entre a forma fixa e a classe de conteúdo, como se uma tal forma fixa não pudesse relacionar-se a uma classe de conteúdo que não àquela específica que correspondesse à ela. O crítico prefere não discutir sobre esse tópico para não se arriscar a propor a existência de interdependência entre forma fixa e classe de conteúdos.
    1.3 Segmentação dupla, descodificação e significação
    Uma forma fixa, quando se sobrepõe a dois tipos de segmentações distintas (linguística e métrica) resulta em: garantia da conservação da mensagem, facilitando a memorização, e favorecimento da descodificação da língua.
    Sobre o primeiro, é válido ressaltar que a falta de algum segmento é facilmente notada, já que o compartimento vazio que fica no esquema das posições “possibilita a descrição das suas características métricas” (p. 57). Em relação ao último, o crítico comenta que o recurso simultâneo a dois sistemas que não são interdependentes de coerções e acasos colaboram na distinção de ruídos e sinais e o acoplamento passa a ser entendido como uma redundância.
    A forma convencional não funciona como uma categoria independente do plano da expressão. Ela integra do significante mesmo organizando as relações sobre os elementos linguísticos, que podem ou não pertencerem ao mesmo enunciado, nos quais parecem se reservar as tarefas semânticas.

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    1. 1.4 O sistema das unidades convencionais como diagrama.
      A divisão formal acoplada à forma fixa, seja ela qual for, é determinante em relação à existência de unidades convencionais distribuídas em níveis diferentes por hierarquia (estrofes, versos). As unidades pertencentes a um mesmo nível podem ser comparadas entre elas. “A instauração de uma organização hierárquica de unidades similares acarreta a constituição de uma rede táxica, susceptível de determinar classes de posições equivalentes. De um modo geral, a rede táxica favorece o estabelecimentos dos acoplamentos” (p.58).
      O crítico prefere “deixar de lado” o estatuto dos versos, por não ser passível de comparação às unidades superiores. Ele então admite que segmentar o poema em estrofes ou em grupos delas tem função apenas quando correspondendo ao estabelecimento de sequências isotópicas.
      Para que o sistema de unidades convencionais passe a operar é necessário que sejam preenchidas certas condições que o autor aponta como sendo: unidades métricas e unidades isotópicas ocupando o mesmo espaço, tendo a mesma grandeza e sendo caracterizadas por um só conjunto de relações formais.
      1.5 – Dimensões paradigmáticas e Diacrônica do discurso poético.
      Uma divisão da mensagem pode ocorrer, independente do nível da frase, ou seja, independente da sua segmentação frásica, em unidades do discurso. Prendendo-se à definição isotópica em que estão em um mesmo plano de sentido, e em suas dimensões que reúnem duas figuras sêmicas. Nessa acepção, um sintagma reunindo ao menos duas figuras sêmicas, poderia ser considerado o contexto mínimo para o estabelecimento de uma isotopia.
      Desta forma, examina o plano de conteúdo dos discursos, através de um percurso que vai do mais simples e abstrato ao mais complexo e concreto: o percurso gerativo de sentido. O percurso generativo é um conjunto hierarquizado de níveis de organização sucessivos que conduz das estruturas semionarrativas profundas (não manifestas) às estruturas discursivas de superfície (manifestas).
      “Uma forma fixa apresenta (...) um campo de validades semânticas não aleatórias, e atualizáveis de maneiras extremamente diversas em função dos conteúdos investidos em cada poema-ocorrência” (p.59)
      A forma narrativa da significação a partir da substancia semântica: a generação da significação, não passa primeiro pela produção e combinação de enunciados, mas é antecedida no seu percurso pelas estruturas narrativas a quem cabe produzir o discurso articulado em enunciados.
      Mantendo relações de tipo lógico, a articulação semântica põe em jogo uma substância e uma forma do conteúdo: definidos em relação à estrutura elementar da significação.
      1.6 – A dupla função da discursividade.
      A expressão linguística, associada à uma indução, exige que um conteúdo em si mesmo curto apresente-se aberto numa série de posições contínuas. Mas esta discursividade da mensagem é igualmente passível de manifestar uma sequência orientada de conteúdos e de operações.
      Apresentando-se como instrumento em favor da realização da função poética, a matriz que desenvolve no tempo da leitura-recitativo as classes posicionais por ela instaurada, aparece.
      No interior dos estudos da Análise do Discurso, considera-se a dupla paternidade da noção de formação discursiva. O desenrolar da sequência falada presta-se a duas finalidades: propõe um conteúdo e o transforma. Essas duas finalidades/operações são próprias ordenadas, e só podem transformar aquilo que ficou estabelecido.
      São encontrados dentro do fenômeno da sucessão, as posições sucessivas e relações de sucessão. As relações de sucessão exploram as posições sucessivas, e somente elas dizem respeito à dimensão sintática ou narrativa do poema.
      O discurso poético é, portanto, duplo. E a teoria tenta explicar este discurso e, ao mesmo tempo, fundamentar a semiótica poética.

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    2. 1.7 - O estatuto particular dos versos:
      As unidades isotópicas não têm um mesmo estatuto da classe hierárquica a que pertence e distinguem-se das classes de unidades que formam um paradigma inteiramente articulado. Os versos nos sonetos de nossos “corpus” não formam um paradigma.
      O soneto possui em sua estrutura a rede que define a posição dos versos em níveis hierárquicos, composto por três instâncias hierárquicas: os versos, as estrofes e os grupos de estrofes.
      Os sonetos são formados em unidades isométricas, por quartetos e por tercetos e, de acordo com o número de versos, compara-se entre si. Isto não ocorre entre um terceto e um quarteto.
      Tendo sentido somente dentro de uma mesma estrofe, os versos que vem em seguida não tem relação com os versos separados por um limite de estrofe.
      No estabelecimento dos métodos de aplicação entre segmentos que pertencem a estrofes diferentes, a segmentação em versos desempenha um papel decisivo.
      1.8 – Definição posicional e Unidades métricas.
      A forma convencional não funciona sozinha em um plano de expressão. Os elementos que constituem o pano de conteúdo precisam de organização, pois a partir das unidades métricas convencionais que serão estabelecidas, definirão as relações hierárquicas, paradigmas e sintagmas do plano de um conteúdo.
      Independentemente do plano do conteúdo, não pode ser realizada a definição de posição pela subordinação simultânea a uma classe hierárquica e uma classe situacional para todos os tipos.
      Portanto as diferenças só são medidas entre termos que apresentam traços semelhantes, ou seja, que exista relações equivalentes ao condicionamento da leitura do poema em sua dimensão diacrônica que constitui relações de sucessão.

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    3. B. O caso do soneto.
      De acordo com as regras de construção de poemas, se é que elas realmente existem, o soneto possui características bem definidas (rede táxica saturante): são 14 versos (1 nível hierárquico), organizados em 4 estrofes (2 quartetos e 2 tercetos). Podem-se definir também 3 instâncias hierárquicas: os grupos de estrofes Q + T (1º nível hierárquico); as estrofes – Q1, Q2, T1, T2 (2º nível hierárquico); os versos (01-04: Q1; 05-08: Q2; 09-11: T1; 12-14: T2 /2º nível hierárquico).
      Quanto à estrutura dos sonetos, há análises possíveis também no que diz respeito às relações entre as estrofes e entre os versos. Na categoria situacional “primeiro/último”, “Cada estrofe fica assim caracterizada por um número específico, que exprime sua posição relativamente à organização hierárquica das unidades métricas e à ordem das sucessões no poema.” (p. 63) No que diz respeito ao posicionamento e ordem das estrofes, segundo as relações de homologia das estrofes, sendo o soneto com quatro estrofes, estas estabelecem uma relação do tipo a (1ª estrofe) está para b (2ª estrofe) assim como c (3ª estrofe) está para d (4ª estrofe).
      Além das relações de homologias posicionais, referentes à estrutura, os sonetos podem ser analisados quanto às relações de homologias semânticas, sendo que “(...) essas homologias só têm estatuto semiótico quando fazem reportar a homologias do plano do conteúdo, quando refletem diagramaticamente as relações das unidades isotópicas.” (p. 64) Há relações de homologias semânticas dos tipos natureza/cultura, espacialidade/temporalidade, afirmação/negação, dentre tantas outras possíveis na análise literária.
      Quando são colocadas paralelamente duas séries de versos da mesma grandeza, devido à compatibilidade das unidades métricas que elas constituem, as situações relativas dos versos dentro de cada série correspondem a posições equivalentes que podem favorecer, num poema-ocorrência, o estabelecimento de acoplamentos como a-a, b-b, c-c, d-d.
      A existência, no soneto, de uma correlação entre quartetos e tercetos, força entretanto a admitir que as posições equivalentes das unidades de 3° nível não se confundem, em todos os casos, com os lugares homólogos dentro de séries originais comparáveis. Tendo em vista a elaboração de uma rede táxica, impõe-se portanto que se escolham critérios constitutivos de classes de equivalência posicionais diferentes dos critérios constitutivos de classes de equivalência posicionais diferentes dos critérios ordinais fundamentais na relação vir depois.

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  8. A correlação primeiro/último, a que recorremos para definir a posição das estrofes, não pode ser utilizada em primeira instância em razão do número, sempre superior a dois, dos versos de cada estrofe. Em compensação, podemos distinguir entre as unidades de 3°Nível as que ocupam um lugar-limite e as demais. A categoria limite/não-limite possui em comum com a categoria primeiro/último o fato de reportar ao caráter discreto das unidades métricas: ela se apresenta, além disso, como uma tradução possível da relação r3, que descreve a simetria das estrofes em P.
    Teria sido possível pensar em aplicar igualmente aos versos não-limites a categoria situacional primeiro-último; para isto, seria preciso agrupar dois a dois os versos dos quartetos. Mas, no quadro do nosso modelo, não se conservou o dístico como unidade intermediária entre a estrofe e o verso: com efeito, a segmentação em grupos de dois versos não é compatível com a segmentação da sextilha em dois tercetos. Nos próprios quatertos, seria mister distinguir os pares descontínuos dos versos-limites e o dístico dos versos não-limites. A distribuição dos conteúdos isotópicos em grupos de dois versos contíguos - em conformidade ou não com o esquema, variável, das rimas – depende em todos os casos da escolha do poeta.
    O estatuto posicional do verso e o da estrofe difere em diversos pontos: enquanto as estrofes são comparáveis entre si em relação as unidades superiores e inferiores, os versos só são comparáveis entre si relação às estrofes; no caso das estrofes, as classes de equivalência posicional, baseadas na categoria primeiro/último e na hierarquia das unidades, são traduzíveis em termos de posição sucessivas.
    De um modo geral, os versos limites contíguos serão comparadas em todos os níveis em que passagem do limite possa realizar-se de acordo com as modalidades do eco ou do contraste. Numa perspectiva como esta, pode-se falar na “circularidade” de um soneto, e admitir a existência de um limite também entre os versos 14 e 01. Pode haver correspondência entre duas séries homólogas abcd e a’b’c’d’ de acordo com a figura do paralelismo ou com a da simetria. Do ponto de vista semântico, não é diferente que o acoplamento dos versos-limites se faça entre versos primeiros ou entre um verso primeiro e seu contrário, um verso final: a relação de contrário, que une os termos da categoria situacional, pode relacionar-se, por contraste ou por similitude, com as inversões dos traços sêmicos pertinentes dos segmentos assim reunidos.
    É conveniente mostrar, em cada caso, que o eixo semântico escolhido fica manifestado na expressão, de maneira redundante, sendo um elemento necessário do modelo do conteúdo. Visando a isolar no interior da gramática constitutiva do poema, como objeto semiótico, uma “gramática da interação do sentido e do metro” a empreitada encontraria assim, no exame de poemas-ocorrências, um início de justificação.

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  9. I. Elementos de ilustração
    Entende-se a importância do nosso modelo pelos serviços que por ele é prestado quando se empreende a elaboração da descrição de objetos poéticos particulares. A matriz convencional continua sendo um campo totalmente indeterminado de relações virtuais. Mas, com as interferências das segmentações métrica e linguística, a relação icônica unindo o sistema das unidades convencionais e o das isotopias permite identificar as relações realizadas.
    Diante do que se está estudando, foram escolhidos os seis primeiros sonetos das Chiméres de Nerval para ser usado como exemplo para esclarecer o sentido desse procedimento e mostrar a sua utilidade. Esses sonetos escolhidos apresentam uma particularidade: a segmentação métrica quase sempre coincide com a segmentação linguística. Somente em El Desdichado não ocorre isso, pois as dimensões da frase excedem as da estrofe (passagem de T1 para T2). “A coincidência das pausas sintáticas e métricas conferem grande autonomia ás estrofes e aos grupos de estrofes, a ponto de autorizar a sua permuração, em alguns casos’’ (p. 69).
    Em El Desdichado e Horus vão servir para ilustrar duas maneiras de realizar o diagrama do conceito de passagem. Em exemplos concretos veremos de que forma a palavra poética constitui um dizer que faz o que diz. No interior de um poema ou de uma coletânea, onde a norma deve respeitar o limite estrófico, percebe-se a não-coincidência das pausas sintáticas e métricas como passagem do limite. “As únicas exceções apontadas em nosso corpus correlacionam-se com a existência do conteúdo: passagem de uma duração, de um espaço discreto, para outra duração ou para outro espaço’’ (p.69).
    “Em El Desdichado mostra a relação dos conteúdos isotópicos de T1 e T2 podendo ser expressada (pela oposição monde des vivants –onde se encontram a rainha e a sereia- monde des morts – onde a mulher aparece como fada ou santa- (p.69)’’. Mesmo o soneto sendo dividido em dois grupos de unidades métricas, ele não perde o seu caráter funcional. O conceito de passagem é diferente nos poemas de Horus (caracterizado da isotopia de P) e em El Desdichado (caracterizado pela isotopia de T). Os critérios de posicionais podem ser interpretados semanticamente pelas categorias classificatórias linguísticas. “As categorias que fundamentam as relações de homologia correspondem a eixos semânticos, que devem ser conservados para a constituição dos modelos descritivos do conteúdo’’ (p.70).

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  10. Do ponto de vista semântico, justifica-se o “enjambement” que liga 03 a 04 à presença simultânea num mesmo verso 03, da negação da estrela e de sua afirmação (“Ma seule étoile est mort,-et mon luth contellé”) produz o efeito de sentido: “a poesia garante a relação com a mulher amada, a despeito da morte” e traz o primeiro conteúdo afirmativo de Q1. Esse contraste da negação e da afirmação fica ainda sublinhado pelo acoplamento (última palavra de hermistíquio: realizado/primeiro vocábulo de verso durativo) das palavras “morte” e “porte” unidas por um elo paronomásico.

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  11. UESB – Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
    Campus: Vitória da Conquista
    Curso: Letras Vernáculas
    Disciplina: Teoria da Literatura e Ciências Humanas 2014.1
    Professor: Camillo Cavalcanti
    Alunos: Danilo de Jesus
    Fernanda Gusmão Silva
    Lilian Ferraz da Silva
    Kércia Rosario Fiuza Oliveira
    Keroly Mirelle Santos Brito
    Maria Nazareth Vieira Gimenez
    Ruan Rafael Barbosa Nascimento
    AVALIAÇÃO DA UNIDADE II – ATIVIDADE SOBRE ESTRUTURALISMO
    Após a leitura do 2º capitulo (Estruturação e Destruição do Signo em Alguns Textos de Jarry), do livro Ensaios de Semiótica Poética explique o método de trabalho empregado pelo crítico.
    O trabalho demonstrado através do exercício em questão, busca a submissão de vários textos a uma análise linguística, porém para essa significação ou demonstração de exemplo foi adotado como modelo de funcionamento do signo o já proposto por Hjelmslev em seu Prolégomènes à une Théorie du langage. Em 1943, na Universidade de lopenhougue, Hjelmslev (1899 – 1965) apresenta uma avaliação da teoria geral a respeito da língua. Em sua escrita ele define o texto literário como sendo uma linguagem de conotação. Dessa forma ele se apresentaria, possuído de plurissignificações, pois como é percebível algumas palavras empregadas em determinados contextos, ganham sentidos novos, chamados de figurados, carregados de valores afetivos ou sociais.
    O texto “Gestes et opinions du docteus Faustroll” tornou-se o escolhido já que o mesmo se encaixava de maneira mais que perfeita a esta análise. A análise baseia-se em certos fragmentos metalinguísticos que descrevem o texto literário com várias linhas de conteúdo e significação.

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  12. A obra de Alfred Jarry traz a explicação sobre a Patafísica que é em si a ciência das soluções imaginárias e das leis que regulam as exceções.
    Essa ciência por assim dizer, seria uma maneira sem sentido ou de contra-senso, resultando em um modo pessoal e anárquico de explicar o absurdo da existência. Porém apesar de demonstrar-se inquietante e até mesmo um paradoxo, são nas fórmulas de César Antechrist, que observa-se as inquietáveis apresentações referentes ao signo, resultando dessa maneira o surgimento, mais ou menos explícito do conceito demonstrado do signo. Dentro do estudo então se busca duas vertentes, a da estruturação do signo e descreve-se também a quebra dele ou melhor dizendo sua destruição. É percebível que na gráfica em desenvolvimento do texto, há ambigüidade. Usando como exemplo o trecho do texto: “irmão, vou mudar de ser, pois só o signo existe provisório... O repouso é a transformação”.
    A grafia da frase em si é ambígua e causa algumas indagações coerentes e até mesmo incoerentes, pois cada palavra está a se apresentar com um significado digno de conotações e denotações. Nessa frase ressaltasse as palavras só é provisório para signo, e da mesma forma buscasse entender e absorver o significado proposto a cada uma dessas, inclusive à palavra transformação. Daí perguntasse qual o significado do signo neste contexto? Seu valor é saussureano? Só é provisório como adjetivos, buscam que qualificação no texto?
    Dentro do contexto apresentado é cabível a interpretação de que há possível ambiguidades em tais palavras, porém também há possibilidades de não ambigüidades e sim inversão das relações entre o ser e o signo. A estruturação do sistema de signos deve ser feita com cautela devido às implicações que acarretam esta decisão. Na análise observa-se o texto de Jarry “Gestes et opinions du docteus Faustroll, pataphysicien onde se é possível perguntar se a existência do “signo” não é colocado apenas para sujeita-la como substância e não como signo em si; pois sendo substância, poderia se compreender do porquê da existência provisória, passageira ou transitória.
    O texto em questão “Gestes opinions” retrata como narrativa uma viagem pelo mar – que diga-se de passagem é efetuada de Paris a Paris – pelo Doutor e dois companheiros. Ao decorrer da viagem percebe-se que os personagens visitam algumas ilhas – que não passam de áreas com aspectos de lagos – e que cada uma delas é susceptível a descrições relacionadas. Essas descrições devidas vezes possuem o intuito de conduzir o leitor ao imageario livre, e nestre campo da leitura o psique o permite visualizar e se perder em pensamentos muitas vezes distantes do que realmente o texto reflete.
    Para exemplificação pode-se fazer o uso de pequeno trecho do texto estudado em questão: “Conduzio-nos o senhor da ilha a suas plantações, fortificados com eólias balizagens e bambus.

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  13. As plantas mais comuns eram as tarolas, o ravanastron, a sambuca, a arquiviola, a pandora, o kin, o tché, o flajolé, a vina, o magrefa e a hidraúlia (p.66 da Edição Stock, 1993)”.
    Neste trecho transcrito, percebemos a descrição de determinado lugar como que uma floresta, isto é, seria de uma floresta, ou aglomerado de plantações para o leitor que obteve um limitado conhecimento de mundo no que diz respeito a plantas, pois para um leitor um pouco mais experimentado, perceberá que os nomes citados no trecho na retrata plantas exóticas e sim instrumento musicais, alguns até rústicos, porém ainda em uso e outros Arcaicos e raros. O escritor teve como intuito demonstrar sua visão sobre a obra de determinado artista. Esse artista em questão que Jarry buscava demonstrar certa interpretação era Claude Terrasse e sua obra musical “A Ilha Soante”. A visão de Jarry sobre a obra pairava sobre os aspectos e forma que aqueles instrumentos se apresentavam em função na obra. Importante se faz ressaltar que as outras ilhas descritas no texto, também refletem outras áreas literárias, picturais ou musicais, e sempre retratando a visão de Jarry sobre cada âmbito, instrumento e ponto de contemplação sobre reverida obra. Como no texto temos: O país das Rendas que representa a concretização da obra de Aubrey Beardsley, a Ilha Amorfa que é uma transposição dos Petits Poemes Amorphes de Franc-Nohain, a Ilha de Ptyx que evoca a obra de Mallarmé, a Ilha Fragante que representa o universo de Gauguin.
    Essas estruturações seguem duplas implicações, e essas por sua vez divergem entre metassemióticos e conotativos. As descrições em si possuem em sua constituição um sistema complexo de signos, que podem ser linguísticos, como obras literárias, ou não-lingüísticos, como obras pictóricas ou musicais. Porém esse aspecto metassemiótico por sua vez, não fica exposto ao leitor desavisado, pois é instalado pelo escritor de forma camuflada nos textos, fazendo-se assim necessária habilidade, atenção e profundidade para o leitor.
    No ponto conotativo, percebe-se o estimulo efetuado pelo escritor para direcionar o leitor.
    Os elementos conotativo (significar determinado objeto) e denotativo (significar a função desse objeto na obra em questão), intervêm na descrição de um texto, podendo ser ele linguístico ou não-linguístico. Um exemplo colocado pelo o autor é o da Ilha de Her, onde o próprio nome da Ilha tem duplo significado. Podendo ser no plano da denotação, onde a Ilha significa ela mesma e no plano de conotação, onde a Ilha significa uma função privilegiada da silabar Her- onde a maioria dos personagens no texto de Régnier, começa com essa mesma sílaba.
    Percebendo a complexidade da compreensão do sistema de signos, podemos adotar a terminologia de Hjelmslev e a interpretação de Barthes para as noções de metalíngua e de conotação, chegando a uma determinada formula, composta por:
    - E → Plano de Expressão;
    - C → Plano do Conteúdo;
    - R → Relação entre os dois planos.
    E{ (ERC) R C{ (ERC)
    (Conotação relacionada com a denotação, de um determinado texto)

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  14. No texto de Jerry o sistema ERC da esquerda, é encarado como uma linguagem de denotação. A expressão e o conteúdo, desta primeira linguagem servem de plano de expressão para um segundo conteúdo, que por sua vez é uma linguagem, que no texto descreve as aparências da Ilha, sendo esta linguagem correspondente o sistema ERC do lado direito da fórmula. Essa mesma linguagem – pelo menos quando se trata de um texto literário – deve ser ainda uma linguagem de conotação, falando então de uma forma rigorosa, essa formula poderia ser apresentada da seguinte forma:
    (ERC) R [(ERC) R C]
    Mesmo raro esse tipo de estruturação do signo só se diferencia das metalínguas ou das linguagens tradicionais de conotação pela sua complexidade. Na teoria é possível imaginar linguagens mais complexas, como a maneira de Jerry ao descrever a viagem de Faustroll. Obtendo uma linguagem mais complexa, demonstrado no lado esquerdo da formula abaixo:
    (ERC) R {[ERC] R [(ERC) R C]}
    Nada nos impediria de fazer funcionar tal formula, fazendo por sua vez essa linguagem como expressão ou conteúdo de uma outra linguagem, e assim sucessivamente.
    Para certas linguagens de conotação, Hjelmslev admite a possibilidade de serem dois planos das mesmas, constituídas por uma linguagem. Então pode-se supor que essas linguagens são conotativas para a obtenção de formulas da infinidade teórica das possíveis linguagens.
    Como podemos perceber, há uma possibilidade de descrever um texto deste tipo, de acordo com todo um processo estrutural da linguística, limitando-se a consolidar ao modelo tradicional do signo linguístico, multiplicando assim o número de planos da linguagem. Podendo atribuir a esse sistema o nome de hiperlinguagem.
    Ainda com o problema do denotatum (referente). Não nos cabe falar do problema geral, do denotatum do texto poético, apenas nos limitaremos em apontar o motivo que o conteúdo, o denotatum se acha desdobrado. O denotatum de primeiro nível é o texto descrito sob a forma de paisagem, é quando uma coisa linguística qualquer, transforma automaticamente em alguma outra coisa. Já o denotatum de segundo nével, trata do denotatum eventual de um texto descrito.
    Pode verificar que o sistema de signo funciona assim: é o denotatum do primeiro signo – o termo heráldico – que serve de expressão para o segundo signo queo conteúdo é um grafema. Quando relacionado com os dois outros termos que constituem os denatata das outras duas peças este assume uma função distintiva na estrutura do lexema. Conforme a seguinte fórmula:
    ERC – D – ERC

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  15. Os dois signos, o denotatum do primeiro que é a função como relais (intermediário) semióticos em relação ao segundo. O processo de estruturação, então, difere do que foi analisado anteriormente onde o denotatum é utilizado, e as relações entre os diferentes planos não são as mesmas. Mas nos dois casos há a uma proliferação dos elementos intermediários do signo cuja de cera forma sua estrutura se encontra desmultiplicada. E essa desmultiplicação do signo que o consolida, repetindo várias vezes a relação semiótica.
    Todavia, intervêmoutras manipulações que em lugar de consolidar o signo ameaçam-no de destruição de morte. Assim teremos, por exemplo, o lexema bâton-à-physique . Evidentemente ele não faz parte do inventario tradicional de termos heráldico. O que não impede de figura lugar de destaque em varias leituras.
    O denotatum do bâton -à- physique pode ser representado por dos esquemas: “de uma barra que corta o escudo sensivelmente no meio. Ou seja, em posição horizontal, o esquema 1 . mas este é apenas o seu aspecto estático: com efeito o movimento de rotação que o anima ( “ rolando sobre suas extremidades” ) faz com ele assuma todas as posições possíveis, no escudo particularmente no posição vertical ( esquema 2). Dai a indicação “ plano ou faixa” ( palo = vertical ; faixa = horizontal).
    Assim o donatatum de expressão desse signo serve de expressão para o segundo signo, em que o conteúdo do segundo signo é duplo: “O bâton -à- physique é explicitamente apresentado como símbolo fálico. Alias, são por si mesmas interessantes as modalidades desta explicação (..) com efeito é assinalada a função de símbolo fálico do bastão: diante da movimentação constante do mesmo, o Templário lhe dirige a seguinte apóstrofe: “falo desinteressado, não des semelhantes saltos!”
    A alusão transparente as apóstrofes dirigidas por Deus a seu fio de cabelo esquecido no bordel, canto terceiro. Esta citação tem, portanto duas funções: com relação ao texto de maldoror, ele exibe o conteúdo sexual da metáfora do cabelo. Em relação ao texto de Cesar-antechrist, desvenda o símbolo fálico do Bâton-a-physique. Portanto, a aproximação dos dois termos conota a falo como acessório divino.
    Simultaneamente, o Bastão funciona como símbolo do signo menos: com efeito , quando horizontal, assemelha-se ao arauto faixa, que o considero como seu próprio reflexo, e não admiramos por ver a noção de reflexo assumir essa importância no texto: “Em ti eu me remiro em meu reflexo”.
    Verifica-se também em – “o signo mais não lutara contra o signo menos” – “o arauto faixa é explicitamente dando como signo negativo: diante do Templário, símbolo positivo (graças à forma de cruz) que contra ele ergue a espada”. Assim o Bastão reflexo de faixa, também, é, portanto, um símbolo de signo Menos.
    Percebe-se em que ponto esse signo se distancia das estruturas linguísticas tradicionais. E trata-se ainda do primeiro momento desta nova estruturação do signo. Com efeito, na construção do conteúdo do signo, dá-se como pertinente outro traço do referente: o próprio movimento que o anima. Isso de acordo com as palavras do Templário referidas ao Bastão: “em cada quarto de cada uma das tuas revoluções (meçam-na de onde quiserem) escutas um cruz contigo mesmo.”

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  16. Por isso, o símbolo Menos, o Bastão é ao mesmo tempo símbolo de signo Mais: daí a dupla qualificação de “Menos-em-Mais” de Mais-em-Menos que lhe é conferida por faixa (ibid.).
    Um signo significa a um só tempo dois contrários: seu conteúdo constitui o eixo semântico que lhes articula a posição.
    C1+

    C1
    C1-
    C2+
    ERC → D → E R→ C2
    C2-
    Cn+
    Cn
    Cn-
    A relação da expressão com o conteúdo esta em um domínio que a expressividade flexiona-se. Essa flexão marca o eixo semântico sobre o qual se articulam dois conteúdos opostos.
    O signo Mais é também uma figura da Cruz e, por conseguinte, Cristo. O signo Menos serve igualmente para exprimir o conteúdo Cesar-Anticristo. O signo + e o signo –, sendo idênticos segue-se que Cristo é o Antricristo e que ambos se assimilam ao mesmo tempo ao Falo e ao Esfíncter, entre outros.
    Os funcionamentos atingem outros lexemas, servindo então de expressão para dois ou mais eixos semânticos, para dois conteúdos opostos. O denotatum é que serve, por sua vez, de expressão para uma série de conteúdos.
    O Anticristo, como acabamos de perceber, significa o seu próprio contrario e também significa igualmente o falo. Ficando assim invertida a relação anteriormente descrita; com referência a César, o falo é ao mesmo conteúdo.
    Deixemos claro, entretanto que para este primeiro conteúdo o denotatum é mantido fora da relação semiótica. Por outro lado, o próprio fato de o Anticristo significar o falo, levao-o a significar igualmente o esfíncter anal: daí a relação, sobre o seu aspecto inverso, que o prende a Orle. Todo signo de César – Antechrist é expressão de si mesmo, de seu próprio contrário e de um paradigma de outros conteúdos.
    Greimas ressalta que o único texto de Jarry que se atribui essencialmente como “conteúdo” a construção e a destruição do signo é César-Antechrist. Porém, só pela razão de sua existência, César-Antechrist, altera o sentido de todos os outros textos. Altera o sentido de acordo com as modalidades, que exigiriam dos textos uma descrição particular para cada um. Greimas tratou, sucintamente, apenas da obra Ubu Roi, ele acha integrado ao texto de César-Antechrist. Sob este aspecto, Greimas afirma que, o conjunto do texto de Ubu Roi pode ser comparado a uma frase que muda de sentido segundo tenha ou não contexto.
    Segundo Greimas, é fato indiscutível que o conteúdo de Ubu Roi varia por completo segundo seja lido independentemente de qualquer referência a César-Antechrist ou como parte integrante do drama. Ao nível da manifestação textual a ausência total de qualquer elemento sexual, no texto Ubu Roi, impressionou os observadores ingênuos aos mais perspicazes. Com isso o autor recomenda ler em sequência o “Ato Prologal”, o “Ato Heráldico” e o “Ato Terrestre” que neste momento será imposto algumas constatações.

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  17. E Greimas cita algumas, é claro as mais evidentes, referindo-se indiferentemente às unidades actanciais da narrativa:
    • Para o autor Ubu é o duplo de César-Antechrist. César-Antechrist simboliza e é simbolizado por Bâton-a-physique e, por conseguinte Ubu também é um símbolo fálico. E então o autor cita uma parte do texto de Ubu Roi que confirma a sua interpretação: Ubu aparece ostentando no alto do crânio piriforme uma orelha única, com formato de folha. Que para o autor este objeto interpreta um símbolo fálico.
    • Greimas ressalta que o próprio lexema Bâton-a-physique aparece no texto Ubu Roi, porém em distribuições contextuais de tal ordem que se torna rigorosamente impossível atribuir-lhe qualquer significação sexual, pois trata-se simplesmente de uma arma peculiar ao pai Ubu, tal como, entre outras, o casque à finances , ou ociseau à merdre, e sem que nenhum elemento dos diversos contextos em que aparece permita identificar os traços pertinentes desta arma com relação às outras. Porém o autor evidencia que esta interpretação fica evidentemente interdita ao leitor de César-Antechrist, e o leitor é forçado a supor para o Bâton-a-physique de Ubu Roi o conteúdo sexual que se liga a este lexema no primeiro texto.
    • Mais uma vez o autor mostra que o conteúdo do personagem é fornecida indiretamente pelo texto de César-Antechrist: o personagem do capitão Bordure exerce em Ubu Roi uma função facilmente definível no plano da sintagmática da narrativa, ele funciona como ajudante de Ubu até a cena 5 do III ato e, depois, como oponente a parti desse momento. Com efeito, o lexema Bordure foi também colhido no vocabulário da heráldica. Por conseguinte, diz o autor: a bordadura é uma orla dilatada até os limites do escudo. Ate por que é considerado uma rede bastante densa de relações paragramáticas que liga o nome Bordadura ao nome de Orle (b-OR-dur-E) como também ao de Bougre (BO-rd-U-RE). Esse lexema tem um lugar preponderante em Ubu Roi e constitui parte do nom de um dos personagens: Brougrelas, o ual, está sujeito, tal como Bordure, aos tratamentos sádicos do pai Ubu.
    • Segundo o autor, os palotins não apresentam em Ubu Roi nenhum aspecto sexual, todavia o próprio nome já o evoca o pal, e a pala metaforizada. Então fica confirmado que este texto dos Minutes, que descreve o que aparece em César-Antechrist como uma “germinação” de Palotins sob forma de um “impulso fálico”.
    • O autor ressalta que embora merdre seja a primeira palavra de Ubu Roi, Cornegidouille é que é a primeira pronunciada por Ubu quando este aparec no final do “Ato Heráldico” e então o autor se pergunta, se esta primazia atribuída ao agudo a ao ofensivo, num contexto em que manifesta à saciedade os elementos sexuais, não nos permitirá imaginar para cornegidouille uma função de símbolo fálico?
    Por fim, Greimas demonstrou alguns fatos da obra de César-Antechrist com ralação a Ubu Roi. Para Greimas é um estatuto metassemiótico, onde tudo se passa como se a função do aspecto sexual do conteúdo de César-Antechrist fosse patentear o conteúdo latente de Ubu Roi, desvendando um sentido sexual cuidadosamente camuflado ao nível da manifestação textual. Portanto, para o autor, Ubu Roi num primeiro momentos é desdobrado: sob o conteúdo de superfície (excremencial) e organiza-se um segundo conteúdo (sexual). Porém não para por ai o efeito de César sob Ubu, afirma o autor, esses dois conteúdos são “contrários”, tal como o signo mais e o signo menos, ou o falo e o esfíncter. E então é neste momento que entra em ação o segundo aspecto do conteúdo de César-Antechrist: a identidade dos contrários, explicita, embora sob um aspecto levemente diferente, pela paridade de Ubu Roi e de Ubu Enchainé. E finalmente, afirma o autor, o texto do ciclo ubuesco constitui a justificação de César-Antechrist, a tal ponto que, em Faustro, Ubu é que é dado como autor de César.

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  18. E para finalizar o autor diz: “o texto de Jarry é logomáquico, no sentido mais estrito do termo. Estrutura-se como signo de maneira exuberante, e esta mesma exuberância – levada até a possibilidade, para o mesmo elemento do plano da expressão, de ter a um só tempo dois conteúdos contrários – implica a sua própria destruição como signo. O texto surge então como um objeto semiótico a bem dizer quimérico: destruição de si mesmo, destruição de sua própria destruição, e assim por diante”.
    Com a poesia “A um gérmen”, de Augusto dos Anjos vamos mostrar como usar o método. Evidenciamos as metáforas presente na poesia e em seguida construímos suas estruturas de significação, conforme seus significados vamos destruindo-os em outros conseqüentes, que se forem comparados com a metáfora inicial veremos que o sentido foi destruído.
    Começaste a existir, geléia crua,
    Doce
    Fruta
    Azedo
    GELÉIA Mole
    Consistência
    Duro
    E hás de crescer, no teu silêncio, tanto
    Abandonado
    Sozinho
    Velho
    SILÊNCIO Calma
    Paz
    Guerra
    Que, é natural, ainda algum dia, o pranto
    Tristeza
    Choro
    Alegria
    PRANTO Erro
    Lamentação
    Acerto
    Das tuas concreções plásmicas flua!
    Duro
    Concreto
    Cimento
    CONCREÇÕES Corpo humano
    Estrutura
    Edifício
    A água, em conjugação com a terra nua,
    Despida
    Pelada
    Futebol
    NUA Solo
    Sem cobertura
    Cobertor
    Vence o granito, deprimindo-o ... O espanto
    Desanimado
    Abatido
    Enfraquecido
    DEPRIMINDO-O Sentimento
    Tristeza
    Comodismo

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  19. Convulsiona os espíritos, e, entanto,


    Tratamento
    Doença
    Morte
    CONVULSIONA Tremer
    Agitar
    Dançar
    Teu desenvolvimento continua!
    Aumentar
    Crescer
    Volume
    DESENVOLVIMENTO Aperfeiçoar
    Melhorar
    Funcionar
    Antes, geléia humana, não progridas
    Genético
    DNA
    Sangue
    GELÉIA HUMANA Elaborar
    Fabricado por
    Indústria
    E em retrogradações indefinidas,
    Passado
    Primitivo
    Humano
    RETROGRADAÇÕES Ciência
    Astronomia
    Movimento
    Volvas à antiga inexistência calma!...

    Ausência
    Carência
    Falta
    ANTIGA INEXISTÊNCIA Essencial
    Necessidade
    Inevitável
    Antes o Nada, oh! gérmen, que ainda haveres
    Grão
    Semente
    Reprodução
    GÉRMEN Desprovido de inteligência
    Idiota
    Ignorante
    De atingir, como o gérmen de outros seres,
    Encontrar
    Alcançar
    Perceber
    ATINGIR Sólido
    Tocar
    Mole
    Ao supremo infortúnio de ser alma!
    Falta de sorte
    Desgraça
    Azar
    INFORTÚNIO Tristeza
    Infelicidade
    Desastre

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